Jan DeSmet conhece, por dentro, o futebol no continente norte-americano. O belga, radicado nos Estados Unidos da América há mais de 25 anos, é dono de uma academia de futebol jovem no país do «Tio Sam». Dallas foi a cidade que o acolheu e, inevitavelmente, também o seu gosto pelo futebol, que praticou durante dez anos.
«Sempre gostei de futebol. Há alguns anos convidei pessoas que eu conhecia na Bélgica e que pertenciam ao meio a vir para cá, para trabalharem na academia. Aqui os jogadores eram muito talentosos, com grande capacidade física, mas faltava-lhes o conhecimento, o entendimento do jogo» explicou ao assim ao Maisfutebol , o porquê de ter fundado a academia, levantando já um pouco a ponta do véu sobre as capacidades dos jogadores norte-americanos.
«Está a crescer lentamente, muito lentamente, mas não tenho dúvidas que está melhor do que há dez anos atrás» foi assim que avaliou a evolução da MLS Jan DeSmet. Na altura de equiparar as equipas norte-americanas aos conjuntos europeus, o belga coloca os americanos numa «segunda divisão europeia, longe dos grandes campeonatos da Inglaterra e da França» mas considera que estão «lentamente a subir» a qualidade das suas competições.
Os jogadores norte-americanos são, na globalidade, menos habilidosos que os europeus. «O futebol aqui é mais físico porque apesar de termos grandes jogadores como na Europa, são muito poucos». Além disso, DeSmet considera que no velho continente «há uma maior preocupação com os aspectos técnicos nos jovens, no seu desenvolvimento», em contraponto com «a permanente exigência da vitória» na formação americana.
«O futebol na América do Norte vai ser sempre um desporto secundário. Não acho que mesmo que continue a crescer chegue às primeiras preferências dos americanos» considerou o dono da USA Academy. Quanto à chegada de «jogadores europeus experientes e em final de carreira» à MLS, não lhe parece «que vá aumentar a competitividade», vai apenas «levar mais algumas pessoas aos estádios» considerou DeSmet. O belga deixa a pergunta: «São um ou dois jogadores que fazem uma equipa?». A chave do crescimento do futebol americano está na formação. «Precisa de começar de dentro. É nos jovens que deve começar» adiantou o belga.
Os americanos adoram basebol, futebol americano, basquetebol e gostam de «soccer». Da Europa seguem pela televisão a Premier League e a Bundesliga, mas «os norte-americanos de origem hispânica gostam muito do campeonato espanhol e do italiano» rematou Jan DeSmet, que fez uma previsão: «Talvez se interessem mais pelo campeonato português se Freddy Adu vingar no Benfica».