Depois de onze temporadas em Inglaterra, e com uma curta passagem pela China, José Fonte mudou-se para o Lille, onde é peça fundamental na equipa francesa.

Em entrevista à France Football, o internacional português confessou que não foi fácil adaptar-se ao novo clube, depois de uma década a jogar um futebol mais direto.

«Para ser honesto, o que Cristophe Galtier [treinador do Lille] pede a um defesa-central abalou-me um pouco. Em 2018, quando cheguei ao Lille, precisei de me adaptar porque estive onze épocas em Inglaterra. No Crystal Palace, o meu treinador pagava-me cinco libras [cerca de cinco euros e meio] sempre que limpava a bola na frente», disse.

«Mas é o meu trabalho [participar na construção ofensiva da equipa]. Não digo para mim mesmo: ‘Wow, fiz um belo passe que quebrou o meio-campo adversário’. Mas se isso permitir fazer uma assistência para o Jonathan Bamba, por exemplo, é uma sensação ótima. (…) Mas não sou o Gerard Piqué», continuou.

Depois, Fonte explicou os cuidados que tem com a condição física: «O futebol de hoje é feito de super atletas. Aqueles que dormem, bebem e comem mal sofrem repetidas lesões musculares. Como a minha família mora em Londres, estou sozinho em Lille. Não é fácil, mas dá-me a oportunidade de concentrar-me a 100 por cento no meu trabalho. Se tivesse os meus filhos em casa, não ficaria no centro de treinos até às 16h00 a fazer massagens. E não dormiria tão bem.»