Jorge Silas, treinador do Mafra, em conferência de imprensa, depois da derrota diante do Estoril (1-2), no Estádio António Coimbra da Mota, em jogo da 4.ª eliminatória da Taça de Portugal:

O Mafra fez uma boa primeira parte, mas quebrou na segunda, concorda?

- É normal, também estávamos a jogar com uma boa equipa, estávamos em vantagem, sem muitas alternativas. É normal que o Estoril tivesse carregado um pouco mais. Atacámos muitas vezes, mesmo na segunda parte, mas podíamos ter definido um bocadinho melhor. Devíamos também ter tido mais bola, mas isso faz parte do crescimento. Temos jogadores muitos jovens, outros que não recuperaram e ficaram de fora. Ainda assim, foi um jogo muito vibrante, os nossos jogadores, apesar da derrota, têm de estar orgulhosos do que fizeram. Não é qualquer equipa que vem aqui e faz este jogo.

O Mafra acusou o golo do empate, logo a abrir a segunda parte?

- Acho que não acusamos o golo, foi um erro nosso. Mesmo assim, acho que não baixámos muito o nosso rendimento, continuámos a ser uma equipa personalizada, a sair bem para o ataque. Passado algum tempo, tivemos algum desgaste, os jogadores começaram a decidir pior, mas também é natural, jogámos diante de uma equipa que acabou de ganhar no Dragão e que ganhou 4-0 ao Casa Pia. Não vi muitas equipas a criar as oportunidades que criámos aqui.

O prolongamento seria um prémio justo para o Mafra?

- Acho que sim, o jogo foi muito equilibrado. Pode ter havido algum relaxamento na primeira parte do Estoril, mas até mesmo o empate, em casa, para o Estoril, diante de uma equipa de um escalão inferior, é normal que carreguem um pouco mais. O Estoril não é fácil de anular e nós anulámos durante muito tempo. Quando começámos a cometer mais erros, a qualidade deles veio ao de cima. Acho que fizemos um jogo bom, podíamos ter feito ainda melhor. Podíamos até ter ganho o jogo na minha opinião.

O Mafra foi para o intervalo em vantagem, mas o Silas adiou alterações até quase ao final do jogo. Não podia ter mexido mais cedo?

- Isso tem a ver com as alternativas que tínhamos disponíveis. Tínhamos jogadores muito jovens no banco e muitos deles não estão preparados para jogar a este nível. Vão estar, mas ainda não estão. Não estou a tirar mérito aos nossos jogadores. Têm qualidade, têm muito potencial, mas não podemos potenciar 24 jogadores e dar minutos a todos ao mesmo tempo. Isso é impossível. O adiar do mexer teve a ver com isso. Na estratégia não podia mudar muito, tínhamos de ser mais cerebrais na decisão. Não mexemos mais cedo porque temos muitos jogadores de fora.

As adaptações na defesa tiveram também a ver com isso?

- Temos jogadores que estão a crescer, mas ainda não estão prontos. Tentámos montar uma equipa o mais competitiva possível para defrontarmos uma equipa da I Liga e jogarmos cara a cara com eles.