Manolo Vidal foi alvo de uma homenagem na noite desta terça-feira no Estádio de Alvalade. O histórico dirigente está a atravessar um período complicado da sua vida, devido a problemas de saúde, e lamenta, acima de tudo, estar afastado do grupo de trabalho e dos seus «meninos», como carinhosamente se refere aos jogadores.
«Não esperava nada esta homenagem, não tenho direito a ela, mas sabe bem, sobretudo para rever alguns amigos que já não via há muitos anos e também para ver os meus meninos, aqueles que vieram cá e aqueles que telefonaram a dizer que não podiam vir. Foi muito agradável a forma como tanta gente reagiu a este anúncio de homenagem», destacou o dirigente visivelmente emocionado com a presença de tantos amigos.
Entre os «meninos» referidos por Manolo, estavam Nelson, Custódio e Rodrigo Tello, mas também os «meninos» de outros tempos como Hilário, Fernando Mendes, Augusto Inácio, Mário Jorge, Mário Lino, Litos, Melo ou Amaral. «Sinto saudades e cada vez que vou à cabine fico comovido. Têm-me tratado muito bem, os miúdos são muito bons», acrescentou.
Manolo Vidal está associado a uma certa mística em Alvalade, uma vez que teve parte activa no título conquistado em 1981/82 e depois regressou ao trabalho para por cobro aos históricos dezoito anos de jejum, voltando a integrar o departamento de futebol no ano em que Augusto Inácio voltou a conduzir os leões ao título em 1999/00. «O segredo? É sorte, o futebol é um jogo. Depois também entra um bocadinho de sensibilidade, de amizade, de honestidade¿», confessou entre risos.
O título de 2000 é um dos grandes momentos, entre muitos outros, que Manolo Vidal guarda no coração. «Tenho tantos momentos, mas não digam a ninguém. Estou ligado, como assistente ou como participante, a coisas muito bonitas, como aquele campeonato que ganhámos depois de dezoito anos ou a outro que ganhámos sem termos presidente e sem termos direcção, à inauguração deste estádio, à inauguração da Academia. Coisas muito bonitas que tenho passado», contou.
Apesar de visivelmente debilitado, Manolo Vidal assume-se, acima de tudo, como um homem feliz. «Sinto-me feliz por ser um sócio muito antigo. Não dá jeito ser velho, mas às vezes é bom», acrescentou.
Filipe Soares Franco, presidente do Sporting, ofereceu a Manolo Vidal uma camisola do clube, do estilo Stromp, com o número sete nas costas, um número especial em Alvalade por ter sido utilizado por Luís Figo no Sporting, mas que também é símbolo de azar entre os verde-e-brancos. Sá Pinto e Marius Niculae também usaram o sete em Alvalade em épocas que foram perseguidos por graves lesões, sobretudo o internacional romeno. Na última época em Alvalade, Niculae trocou o azarado sete pelo nove e no plantel actual nenhum jogador quis ficar com o sete.