Pedro Mantorras ficou detido no aeroporto de Lisboa por «indícios de falsificação» do seu passaporte. O jogador regressava da Suíça ao início da tarde desta quinta-feira com a equipa do Benfica, que cumpriu em Nyon o estágio de pré-temporada, quando as autoridades detectaram irregularidades no seu documento, nomeadamente uma rasura na data de validade.
Mantorras ficou «detido à guarda do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras para ser presente à autoridade judiciária competente», segundo explica Marília Neves, porta-voz do SEF, o que acontecerá esta sexta-feira. O jogador será presente ao Ministério Público e depois a um tribunal de turno, em tempo de férias judiciais.
O avançado viajava com um passaporte angolano que apresentava a data de validade rasurada. O documento tinha expirado recentemente, mas a data foi alterada e terá sido com base nesse indício que o SEF determinou a sua detenção. Essa explicação ajuda também a perceber porque só surgiu agora a situação, tendo em conta que o jogador realizava viagens frequentes, nomeadamente a Barcelona, onde realizou grande parte do processo de recuperação da grave lesão do joelho que o afecta há mais de dois anos.

O Benfica, através do director de comunicação Cunha Vaz, confirmou também a situação, falando em «irregularidades» detectadas no passaporte do jogador. «Temos a informação de que está no aeroporto até ser averiguada a situação», afirmou Cunha Vaz ao Maisfutebol, adiantando que o jogador está a ser acompanhado pelos serviços jurídicos do Benfica. Lourenço Coelho, assessor da administração, é quem está com Mantorras.
A situação surgiu aquando da chegada da equipa do Benfica a Lisboa. Os restantes jogadores abandonaram o aeroporto e permaneceram bastante tempo no autocarro, mas acabaram por abandonar as instalações, ficando Mantorras retido.
Cunha Vaz critica de resto a forma como a comitiva foi tratada na chegada ao aeroporto da Portela. «A equipa toda foi tratada como se fossem criminosos que tivessem chegado a Portugal. Revistaram tudo e mais alguma coisa, até os sacos de bolas, como se houvesse alguma denúncia ou alguma coisa esquisita», afirma: «Quanto ao Mantorras, se há alguma irregularidade no passaporte, o Benfica respeita as leis portuguesas, é para ser investigado. O resto é que nos parece estranho.» Quando questionado sobre a que atribui essa atitude que relata, Cunha Vaz responde: «Não sei, nunca tinha tal acontecido.»