Manuel Cajuda faz uma avaliação globalmente positiva ao sector da arbitragem e lamenta os erros de «alguns árbitros, poucos, que já perderam a vergonha», para sair em defesa da maioria dos juízes das partidas. «Há cinco anos era um perfeito Bin Laden quando estava no banco, mas nos últimos cinco anos não há nenhum árbitro que não tenha, em qualquer situação, a minha solidariedade, apitando bem ou apitando mal. Não sei se estou no caminho certo, errado, se estou a fazer o papel de bobo ou o papel de inteligente, mas estou a fazer aquilo que me parece mais coerente em relação à arbitragem e não é por mim que não vai melhorar», garante.
O treinador do V. Guimarães comentou ainda o regresso de Pedro Proença aos relvados para dirigir o V. Guimarães-Académica. «Tenho uma simpatia especial e gosto dele como árbitro, é muito bom. Não entendo que aquilo seja um castigo, se ele entende assim. Os bons árbitros podem ter um lance menos bom. Quando andava a estudar, até podia ser bom aluno, mas se falhasse duas perguntas no teste não tinha nota excelente. É mesma coisa. Mantenho a ideia: a arbitragem está melhor do que há uns anos e devia ser punida em Portugal qualquer forma de pressão sobre os árbitros, quer antes ou depois dos jogos. São agentes importantes e não se consegue fazer jogos sem eles, por isso, temos de os ajudar e a minha missão é saber respeita-los», reforçou.
«O Vitória é a melhor equipa a jogar em Portugal»
No relvado, o treinador considera que «o Vitória é a melhor equipa a jogar futebol em Portugal». «No jogo do Bessa foi espectacular, é verdade ou é mentira? Toda a gene viu, tecnicamente, tacticamente e fisicamente, a qualidade de futebol foi muito boa. Deu 11 jogos na televisão e nunca ninguém conseguiu ver um jogo mau do Vitória. A Académica está a fazer pela vida, tem melhorado desde que o Domingos chegou lá e parece-me que melhorou nalgumas coisas. Vem cá fazer pela vida e vai ser um jogo complicado e difícil, muito difícil, mas vou tentar enganá-los, no bom sentido», sugere.
Manuel Cajuda defende que, «dificilmente alguma das outras equipas se arrisca, nesta altura, a dizer que é capaz de se intrometer na luta dos três primeiros lugares e vêm com um suporte anterior bem melhor. Nós viemos da 2ª divisão», vincou, salientando que «o grande problema nisto é a grandeza do Vitória, a grandeza do Vitória atrapalha tudo, porque é um clube muito grande, enorme, fantástico. Tudo o que se faz aqui, pelo passado do clube, parece que é curto. Se o passado do Vitória fossem só três anos, isto era fabuloso, fantástico, mas nos últimos dez, 15 anos, o clube nunca teve uma vida tão saudável como agora, com todo o respeito por quem trabalhou aqui anteriormente, técnicos e dirigentes», relevou. E destaca outro tipo de condições nas equipas de topo, neste caso, o Benfica. «Conheço um jogador em Portugal [n.d.r. Cardoso] que dava para o V. Guimarães jogar três anos seguidos sem gastar dinheiro e nós estamos tão próximos, tão juntos, a fazer um campeonato parecido com eles», salientou.