Manuel José deu os primeiros pontapés na bola em Ermesinde. Jogava com os amigos do irmão, que eram mais velhos, mas isso não o impedia de marcar golos. Fez a sua formação no F.C. Porto, clube onde sentiu a famosa «mística» dos «dragões» e passou depois por vários clubes.
Diz que aprendeu com todos os treinadores com quem trabalhou e sente-se privilegiado por ter tido professores como Inácio, Artur Jorge ou José Couceiro.
Maisfutebol: Como foram os seus primeiros passos no futebol?
Manuel José: Já em miúdo gostava de jogar futebol. Quando tinha cinco ou seis anos morava em Ermesinde e gostava de ir jogar para um ringue que havia lá com o meu irmão, que é cinco anos mais velho e com os amigos dele, que eram da idade dele. Lembro-me de uma fase em só valiam golos de cabeça. Eu ficava lá na frente e como era pequenino, toda a gente se esquecia de mim eu marcava golos. Aos sete anos comecei a jogar nas escolinhas de lá. Aos dez anos mudei de casa e fui para Gaia. Como era longe, fiquei a jogar um ano nos infantis do Candal. No ano a seguir o F.C. Porto foi-me busca e foi lá que fiz toda a formação.
A formação que fez no F.C. Porto foi importante? A «mística» de que se fala já existe nos escalões de formação?
MJ: Naquela altura existia. Sentíamos a mística do clube. Nos Iniciados e nos Juvenis não tínhamos tanto essa noção, mas a partir dos 16 anos começamos a pensar que um dia podemos ser chamados para treinar com os seniores ou para a equipa principal. É bom crescer num clube que ganha títulos em Portugal e no estrangeiro. Era um estímulo.
Quem foram os treinadores que mais o marcaram?
MJ: Todos eles me marcaram. O meu primeiro treinador no F.C. Porto foi o Álvaro Silva, foi ele que me foi buscar. Nos iniciados tive o Custódio Pinto, que já morreu. Nos Juvenis tive o Professor Telmo e nos juniores o João Pinto. Na equipa B fui treinado pelo Ilídio Vale. A partir daí passei por vários clubes. Fui emprestado meio ano ao União de Lamas, em que o treinador era o Paço Fortes. Na Académica era o Artur Jorge; no Guimarães fui treinado pelo Inácio e pelo Jorge Jesus e no V. Setúbal tive o Carlos Carvalhal, o José Couceiro e o José Rachão.
Teve o privilégio de, numa carreira ainda curta, já ter trabalhado com alguns técnicos de nome.
MJ: Tive treinadores que conquistaram coisas quer como jogadores quer como treinadores. Foi um privilégio trabalhar com eles e aprendi um pouco com cada um deles. Cada um me marcou um bocadinho.
Já teve uma oportunidade num clube grande, mas as coisas não correram como esperava. Gostava de voltar a um «grande»?
MJ: Quando saí do F.C. Porto ainda era miúdo. Fiz a minha formação toda lá no F.C. Porto, até aos 20 anos, altura em que comecei «a saltar» de clube para clube. Se calhar fez-me bem, porque aprendi coisas novas e a realidade dos clubes. Joguei com muitos jogadores que podiam ser meus pais e que me ensinaram muito. Aprendi um pouco com cada um deles e estou aqui para continuar a aprender. Qualquer jogador gostaria de estar num grande. É com trabalho que isso se consegue, mas se não conseguir, não há problema. Já considero o Boavista como um clube grande.