Diego Maradona não viu os jogos da Argentina na Copa América, mas não poupa nas críticas. Não só a Sérgio Batista, o actual seleccionador, mas também aos responsáveis pelo futebol alibiceleste. «El Pibe» diz que se fosse seleccionador e só tivesse ganho um jogo, à Costa Rica, teria ido embora.

Antes de mais, Maradona explicou à Radio Belgrano que não conseguia ver jogar a Selecção, ele que ainda não curou a ferida do Mundial 2010, quando orientou a equipa e foi despedido depois de uma goleada sofrida frente à Alemanha (4-1) nos quartos-de-final: «Cada vez que a Argentina entrava em campo era como um punhal, retorcia-me por dentro ao ver os jogadores subir ao relvado. Ia dar caminhadas, no dia do Uruguai organizei um jogo de ténis.»

Depois, as críticas. «Este momento não é culpa dos jogadores. Tudo se faz como quer Julio Grondona», diz, numa alusão ao eterno presidente da Federação argentina. «Tudo o que aconteceu significa que não se estão a fazer bem as coisas», disse, recordando a forma como ele próprio deixou a selecção: "Tinhamos tudo para crescer, mas quando perdemos com a Alemanha, e depois de Grondona me ter ratificado no balneário, chegou cá e mudou tudo. Não sei o que lhe terão dito.»

Quanto a Sergio Batista, Maradona foi directo: «Se eu tivesse feito esta Copa América, se só tivesse ganho um jogo, ia-me embora.»

Em contrapartida, defendeu Lionel Messi. «Foi quem mais chorou no meu quarto quando fomos eliminados pela Alemanha e irrita-me quando dizem que não canta o hino ou que é espanhol. Vi-o deitado no relvado e parece-me que não é culpado de nada.»

E deixou um aviso. Maradona acha que a Argentina corre os riscos de os jogadores não quererem representar a selecção: «O meu medo é que o Messi, o Carlitos (Tevez), o Pipa (Higuain), Romero ou o Mascherano se aborreçam e não queiram vir mais.»