O Marítimo arrancou uma vitória merecida na recepção ao Belenenses, somando três pontos que lhe permitem dar um salto na classificação e afastar-se, pelo menos para já, dos lugares de descida. Tratou-se do primeiro triunfo de Ulisses Morais à frente dos insulares e também do primeiro resultado positivo da equipa no mês de Março.
Já o Belenenses voltou a perder, depois de duas vitórias sobre candidatos a provas europeias (Sp. Braga e Boavista) e voltou também a perder a moralização para se pôr a salvo dos sustos finais do campeonato. Apesar de tudo a formação de José Couceiro continua para já cinco pontos acima da linha de água. O que traz algum conforto.
O triunfo, apesar de merecido, não deixou de ser sofrido, principalmente pelo que aconteceu na meia-hora final. O Belenenses nunca se recusou a tentar jogar em todo o relvado, procurando responder na mesma moeda às intenções ofensivas do Marítimo, mas só na fase do tudo ou nada é que conseguiu tomar conta do encontro e pressionar.
Três sustos de morte para o coração dos adeptos
Nessa altura, porém, criou três ocasiões de golo enormes que assustaram a multidão de fiéis maritimistas que tinham aproveitado as entradas à borla para compor em bom número as bancadas do Caldeirão. Dady primeiro (num cabeceamento que Nuno Morais tirou em cima da linha de golo), Zé Pedro depois e Sandro por fim tiveram tudo para empatar o jogo e não o conseguiram. Foram dez minutos de terror para o Marítimo que quase calaram os insistentes adeptos insulares. Mas não o fizeram, o Caldeirão fervia por todo o lado e não se deixou calar. Tal como também não roubaram a vitória construída em setenta minutos de melhor futebol, mais e maior vontade insular. Sobretudo na primeira parte, que foi toda dos homens de Ulisses Morais.
Jogando mais rápidos sobre a bola, mais fortes no preenchimento dos espaços e mais imaginativos na criação de futebol ofensivo, os jogadores insulares iam criando jogadas de perigo com alguma frequência. Ali deixou o primeiro aviso que haveria de ser materializado logo a seguir numa jogada iniciada numa excelente abertura de Rincón, continuada numa longa correria de Rincón que deixou para trás Pelé e Rui Jorge, e terminada num toque subtil do médio insular sobre o corpo de Marco Aurélio. O golo motivou o Marítimo que continuou a criar perigo. Nuno Morais, Marcinho, Rincón (ao poste), Ali, Rincón e Martinho outra vez, estes já na segunda parte, falharam oportunidades de golo que deixaram o coração dos adeptos aos pulos. Até que o árbitro apitou pela última vez.