Um relatório da Pordata apurou que, em Portugal, 95 por cento dos jovens entre os 15 e os 24 anos ainda vivem em casa dos pais.

Portugal apresenta o quarto valor mais elevado da União Europeia e a tendência tem sido crescente: em 2004, por exemplo, eram 86 por cento.

A conclusão do estudo é a de que a independência é cada vez mais difícil de alcançar para os jovens portugueses.

Segundo a Lusa, apesar dos crescentes níveis de qualificação, o trabalho precário é uma realidade bem presente nos vínculos laborais dos jovens: seis em cada dez estão nesta situação. Também aqui, Portugal está na cauda da União Europeia: é o quinto país com maior proporção de jovens com contratos precários e o sétimo no que diz respeito às taxas de desemprego jovem, que afeta um em cada cinco.

O relatório, que pode ler mais ao detalhe em CNN Portugal, apurou ainda que 25 por cento dos jovens estão em situação de pobreza ou de exclusão social.

Paralelamente a isto, há ainda o problema transversal a mais faixas etárias: o da subida do preço das casas, agravado agora pelo aumento brutal das taxas Euribor. «Na ultima década, houve o aumento muito grande dos preços da habitação e uma diminuição da oferta. Perante um cenário de empregos precários, empregos mal pagos, e de um aumento muito grande do preço da habitação, é evidente que o número de jovens a viverem com os pais aumenta e a capacidade de os jovens saírem de casa cedo diminui», explicou à Lusa Gonçalo Saraiva Matias, presidente do Conselho de Administração e da Comissão Executiva da Fundação Francisco Manuel dos Santos (FFMS).