Michelle Brito levou o nome de Portugal num Grand Slam até onde nunca ninguém conseguira e, depois de ser ter apurado para a terceira ronda de Roland Garros, esta quarta-feira, garantiu que não é por viver e treinar nos Estados Unidos que sente menos o país que a viu nascer e crescer.
«Sinto-me muito portuguesa. Sempre me senti. Nasci e cresci em Portugal.
Isso nunca vai mudar. Serei sempre portuguesa, aconteça o que acontecer», respondeu a tenista de 16 anos, após a brilhante vitória sobre a chinesa Jie Zheng (15ª do mundo), quando questionada sobre se se sentia mais americana ou portuguesa.
«Vim para os Estados Unidos porque o ténis é muito melhor. A competição em Portugal não é tão boa, por isso não tive alternativa. Mas gosto muito de aqui estar, tem sido a minha casa nos últimos seis anos. Mas o meu coração é muito português», explicou, ainda, Michelle Brito, referindo-se à mudança para Bradenton, na Florida, aos nove anos, para frequentar a Academia de Nick Bollettieri, que formou, entre outros, a russa Maria Sharapova, número um mundial até há pouco tempo.
A tenista portuguesa (132ª) terá agora pela frente a difícil tarefa de superar a francesa Aravane Rezai, 57ª do ranking. Até onde pode chegar? «Não sei. A próxima adversária é forte e perdi recentemente com ela em Miami. Veremos o que acontece amanhã [quinta-feira]», perspectivou Michelle, que não deixa que o estatuto da prova ou das oponentes constitua mais um obstáculo em court: «Tento não pensar nisso. Encaro como se estivesse em qualquer outro torneio. Assim não tenho tanta pressão, posso estar mais descontraída e tentar apenas vencer.»
Foi o que aconteceu frente a Jie Zheng. «Ainda não processei bem o que aconteceu, mas estou a sentir-me mesmo muito bem. Foi um jogo excelente. Entrei muito forte e consegui manter-me assim até ao fim. Estou muito feliz», analisou Michelle, ainda a quente.
A portuguesa foi ainda questionada sobre o facto de ser barulhenta dentro de campo, característica que está longe de a afectar. «Não me incomoda nem um pouco. É algo que sempre fiz, desde que comecei a jogar. Faz parte do meu jogo. Não me importa que as pessoas pensem que é mau ou não. Vou continuar a fazê-lo», prometeu.
Tal como prometeu continuar a evoluir. «Tenho de manter-me forte, continuar a trabalhar e a seguir em frente», assegurou.