Miguel Pedro é o mais recente emigrante do futebol português. Aos 26 anos, o avançado, que defendeu as cores da Académica nas últimas três épocas e meia, assinou, por idêntico período, pelos cipriotas do Anorthosis Famagusta, para dar o almejado salto na carreira.
«Quero ganhar títulos e lutar por outros objectivos, como a Liga dos Campeões. É bom para mim, para a minha carreira e para o meu amadurecimento. Considero que é um passo em frente. Fala-se que no Chipre acabamos por desaparecer, mas eu penso o contrário. Trata-se de um país que colocou clubes nos últimos dois anos na principal prova da UEFA [Anorthosis e Apoel] onde a média salarial é muito superior à nossa, um futebol em ascensão enquanto o nosso está em declínio», considera o antigo dono da camisola 10 da Briosa, em entrevista ao Maisfutebol.
Antes de decidir aceitar a proposta do clube cipriota - rendeu cerca de 150 mil euros à Académica - , Miguel Pedro procurou conhecer a realidade da ilha junto de um ex-colega, Vítor Vinha (Nea Salamis) e ficou encantado: «Disse-me que o clube que me queria é um dos maiores do Chipre, ao nível de Benfica, Porto ou Sporting, e onde quer que jogue enche os estádios com os seus adeptos. O vice-presidente com quem negociei também me disse para estar preparado porque ia ter uma recepção apoteótica e com muita comunicação social à minha espera.»
Miguel Pedro acredita que está preparado para a sua primeira aventura fora de Portugal e conta com a ajuda dos muitos portugueses do futebol cipriota para se adaptar mais facilmente. «Quando mudamos, temos sempre a esperança de que seja para melhor. Quero ser feliz no Chipre como fui em Portugal e espero encontrar um grupo forte e coeso como aquele que deixei», perspectiva.
O ex-avançado da Briosa garante que só trocaria o clube de Coimbra por um projecto como este. «É evidente. Deixo muita gente naquele balneário que era praticamente da família. Foi doloroso separar-me deles, mas a vida é assim, temos de seguir em frente», revela, deixando bem claro que irá continuar a acompanhar o quotidiano dos estudantes.