Miguel Vitor está encantado com a sua aventura no futebol grego. O defesa português terminou contrato com o Benfica e rumou ao PAOK de Salónica. Neste sábado, marcou mais dois golos. São cinco desde o início da temporada, uma marca histórica.

O PAOK ocupa o segundo lugar na tabela classificativa, a três pontos do líder Olympiakos. «Tanto coletivamente como individualmente, está tudo a correr na perfeição. Era difícil algo melhor», começa por dizer, em entrevista ao Maisfutebol.

«Estamos em segundo lugar, a três pontos do Olympiakos, e temos uma vitória e um empate na Liga Europa. Tenho jogado, como queria, e para além disso bati o meu recorde de golos», salienta o defesa, com satisfação.

Formado no Benfica, Miguel Vítor teve de sair para ser feliz. Em 2010/11, seguiu por empréstimo para o Leicester e marcou três golos no Championship de Inglaterra. Agora, chega aos cinco tentos em oito jornadas do campeonato grego.

Lança-se a provocação: só faltou marcar em Portugal. «Sem jogar é difícil marcar», desabafa.

«Quando cheguei, tinha pensado que gostaria de marcar cinco golos até final da época. Seria esse o meu objetivo. Felizmente, cheguei a essa marca já em outubro. Tem mais valor porque não foi nenhum golo de penalty», frisa o central.

Miguel Vítor tem cinco golos no registo mas um deles motivou algumas dúvidas. «Frente ao OFI Creta, começaram por atribuir o golo a outro jogador. Entretanto, disseram-me no clube que o golo tinha sido atribuído a mim. Foi o único com o pé, num lance muito confuso. Os outros foram de cabeça.»

O vídeo seguinte permite esclarecer a questão: de facto, é o português quem desvia a bola para o fundo das redes, após um mau desvio e uma tentativa falhada do companheiro de equipa.




«Seleção é um sonho que tenho»

Aos 24 anos, o defesa está numa fase de afirmação. Para trás ficou o Benfica. A ligação de longa data ao clube foi interrompida face à escassez de oportunidades. «Claro que as coisas podiam ter corrido de outra forma, mas não quero dizer que sinto mágoa, já não penso nisso.»

«Foram vários anos em que ficou demonstrado que teria pouco espaço. Com a continuidade do atual treinador, percebi que seria muito difícil ter a oportunidade», admitiu Miguel Vítor.

Os adeptos do PAOK não escondem a sua admiração pelo defesa português, que abraçou o novo desafio na carreira. «Os adeptos gregos são de facto muito entusiastas. As coisas têm corrido bem para a equipa e para mim, portanto têm-me dado muito carinho, é bom perceber que estão a gostar do meu trabalho.»

Internacional português até aos sub-21, Miguel Vítor não esconde o desejo de regressar, a médio prazo, à seleção nacional. «É um sonho que tenho, mas sei que joguei pouco nos últimos três anos e tenho de fazer uma ou duas épocas a este nível para ser chamado.»

Entrar de imediato no grupo de Paulo Bento parece difícil. «Espero que Portugal chegue ao Mundial mas acho que dificilmente lá estarei. O grupo está formado. Mas é uma análise, eu continuarei a fazer o meu trabalho»

«As pessoas da seleção conhecem o meu percurso mas não basta o trabalho nas camadas jovens para ser chamado à seleção principal. Farei o meu caminho e continuarei a alimentar esse desejo. Para já, quero continuar a ajudar o PAOK», remata o defesa português.