A Rádio Popular/Boavista tornou-se, esta quarta-feira, na terceira equipa a abandonar a Volta a Portugal, um dia depois de dois dos seus ciclistas, João Benta e Tiago Machado, terem deixado a competição devido a teste positivo à covid-19.

Em declarações à RTP3, à saída do hotel em Viana do Castelo, pelas 12h05, o diretor-desportivo da equipa que conseguiu a camisola amarela na terça-feira por Daniel Freitas, após a quinta etapa, que terminou em Santo Tirso, explicou que a equipa se viu forçada a desistir por segurança e devido a um teste positivo de covid-19 esta manhã. No caso, o do ciclista Luís Fernandes, 10.º na classificação geral à partida para a sexta tirada, que termina em Fafe.

«Infelizmente temos de abandonar a Volta. Fomos um bocadinho derrotados pela covid-19. Temos um caso suspeito na equipa e, para bem da Volta e do ciclismo, acho que o procedimento neste momento é abandonar a Volta, com muita mágoa nossa, mais após uma situação que já não vivíamos há muitos anos, estar com a camisola amarela. Saímos daqui tristes, abalados, destroçados», afirmou José Santos, à RTP3.

«Tivemos os máximos cuidados, mesmo nas escolhas dos hotéis, em tudo. O único dia em que ficámos com equipas foi ontem. Ficámos sempre sozinhos. Enfim. Não sei como isto aconteceu. Todos os atletas foram testados, estavam todos negativos, o staff negativo. [O caso suspeito] é do Luís Fernandes», adiantou José Santos. «O caso é do Luís Fernandes, agora todos os atletas que abandonaram, vão fazer os necessários testes PCR para ver se se confirma, se há algum falso positivo, se é, se não é. Não resta senão abandonar a Volta a Portugal. Analisando bem a situação, podia colocar em perigo todos os restantes competidores, o prestígio da Volta», acrescentou, explicando ao detalhe o que sucedeu esta manhã com Luís Fernandes.

«Nós e o Luís Fernandes fizemos teste [ndr: hoje de manhã]. Ainda ontem o Luís foi testado, ontem fomos testados pela organização e todos demos negativo, à exceção do Tiago Machado. O Luís Fernandes estava sozinho [ndr: no quarto]. Éramos cinco. Calhou… como é que hei-de dizer… só queria desejar que a Volta tenha o sucesso que merece e que até final não haja mais casos. O teste que nós fizemos deu, de facto – e foi o que comunicámos – positivo. E, ao dar positivo, nós comunicámos. Estivemos a ver se havia possibilidades, à espera do resultado de toda a equipa e os restantes não deram, conforme já disse», apontou.

A Caja Rural e a Euskaltel/Euskadi já tinham abandonado a 82.ª edição da Volta a Portugal. Com este abandono, Alejandro Marque volta a ser o líder da geral, à partida para a etapa que liga Viana do Castelo a Fafe, esta tarde.

Daniel Freitas deixa camisola amarela: «É um bocado triste»

«É um bocado triste não podermos desfrutar do momento que conseguimos ontem. Agora, é levantar a cabeça e tentar superar isto», começou por dizer Daniel Freitas, que ganhara a camisola amarela, à RTP.

«Ficámos surpreendidos, [ele] Luís Fernandes não tem sintomas, está tudo bem. Não conseguimos explicar, certo é que aconteceu, a restante equipa está negativa, mas não podemos alinhar. São as normas e temos de cumprir», expressou.