Alenitchev
Trinta minutos em campo para coroar em beleza a vitória do F.C. Porto. A entrada do russo que tinha perdido a titularidade europeia no maior palco de todos foi a pedra de toque para desequilibrar de vez o jogo a favor do «Dragão». Primeiro no cruzamento teleguiado para Deco marcar o segundo golo, depois a assinar o terceiro, Alenitchev teve no Arena AufSchalke um regresso perfeito.
Carlos Alberto
O palco ideal, uma noite de sonho? Até ao intervalo parecia, mas... O brasileiro é inevitavelmente protagonista do jogo, pelo golo, mas acabou por deixar uma sensação de recital incompleto pela forma como saiu, depois de Mourinho ter feito questão de expressar o seu descontentamento pelo modo como estava a jogar no início da segunda parte. O treinador é quem melhor conhece o potencial do nº 19 dos «dragões» e também por isso tem dado especial atenção à sua formação. Para todos os efeitos, Carlos Alberto já tinha cumprido (bem) o seu papel e, ainda por cima, já tinha visto o amarelo. Ninguém lhe tira o grande golo que desbloqueou a final.
Pedro Mendes
Com Deco preso de marcação e de movimentos, Pedro Mendes foi o animador do meio-campo do F.C. Porto. Incansável na procura de espaços e na recuperação de bolas, foi o mais lúcido e o mais combativo, desde cedo, mesmo quando a equipa parecia falha de ideias e de soluções. Um «leão», na hora de interromper as iniciativas do Mónaco e na hora de descobrir a melhor solução para lançar o ataque.
Deco
O mágico não conseguiu esta noite brilhar como noutros palcos e noutras ocasiões, mas o golo, brilhante pela serenidade demonstrada, é um justo prémio por tudo o que fez até hoje. Com espaço, não perdeu a oportunidade e apontou o tento da confirmação da vitória portista.
Paulo Ferreira
De início não conseguiu fugir ao desacerto geral da equipa do F.C. Porto, mas foi dos primeiros a recuperar a presença de espírito. Começaram nos seus pés alguns dos melhores lances de ataque dos «dragões», esteve numa grande combinação com Carlos Alberto aos 33m, e seis minutos mais tarde faz o passe de que resultaria o golo portista no AufSchalke Arena. Foi o primeiro a subir ao relvado logo que a equipa chegou ao estádio, fez sozinho o percurso até ao centro do terreno, como que a inspirar-se para a grande noite que se preparava e, depois de alguma tremideira, soube estar à altura.
Ricardo Carvalho e Jorge Costa
Imperiais, o capitão e o número quatro do F.C. Porto. Jorge Costa fez uma exibição segura, mais notada ainda depois de um período irregular, Ricardo Carvalho confirmou para toda a Europa ver que é um dos grandes centrais do momento. Simples, eficaz.
Zikos
Deschamps tinha assumido que limitar a influência de Deco seria um dos segredos da partida e entregou ao médio grego o papel de polícia do número 10 portista. Bernardi ficou mais à frente, ladeado por Cissé e Rothen, cá atrás Zikos estava encarregue de tentar estragar a vida ao jogador mais criativo do F.C. Porto. Cumpriu a missão, antecipando-se a cada movimento de Deco. O portista tentou recuar no terreno para fugir à marcação, mas a solução também não foi por aí. Quando Mourinho decidiu baralhar as contas e fazer entrar Alenitchev, fazendo subir Deco, Zikos tentou continuar a segui-lo, mas a alteração baralhou as contas ao Mónaco.
Rothen
Tentou, tentou, tentou. Numa equipa limitada desde cedo pela baixa do capitão Giuly, o médio-esquerdo tentou puxar dos galões e assumir-se como o líder da equipa. Passou muito por ele o jogo do Mónaco, mas foi muitas vezes traído pela ansiedade.
Morientes
Está lá tudo, a leitura de jogo, a subtileza no toque de bola, a capacidade de desmarcação. Não se pode recriminar a grande figura do Mónaco pela derrota desta noite, mas Morientes nunca conseguiu passar a última barreira do F.C. Porto. Já tem três troféus, esta Taça dos Campeões ganhou novos donos.