José Mourinho acredita que será possível conseguir títulos já no primeiro de quatro anos como treinador do Real Madrid, embora defenda que é ao segundo ano que consegue atingir o melhor equilíbrio. Também disse que não deixaria promessas: «A promessa é que sou o José Mourinho e o José Mourinho trabalha muito, trabalha bem, dedica-se aos limites. Crio empatia com as pessoas com quem trabalho e vou ser igual a mim próprio.»

O treinador traçou objectivos na conferência de imprensa da sua apresentação, em Madrid, quando começou por misturar o espanhol com o italiano, pedindo desculpa por ter o castelhano «algo enferrujado», e na qual falou também em português e inglês, conforme a nacionalidade de quem perguntava.

«Os meus objectivos no Real não são diferentes dos outros clubes, em traços largos construir o presente e o futuro. Gosto da pressão, não gosto da protecção de dizer que preciso de três, quatro, cinco anos, para atingir objectivos. Parece-me que o segundo ano de trabalho é o ano-chave, onde se encontra o equilíbrio entrre o crescimento de uma equipa e o cunho do seu treinador. Foi no segundo ano que fomos campeões europeus no F.C. Porto, no Inter, foi sempre no primeiro ano que ganhámos campeonatos. Não precisamos de muito tempo para construir uma equipa. Para uma equipa com identidade própria, também com futuro, sim, precisa-se de mais tempo. Mas para lutar pelos objectivos que são os títulos, parece-me que até na primeira época podemos conseguir.»

Quanto ao que vai fazer para tornar o Real Madrid numa equipa vencedora, Mourinho mantém a resposta simples: «Primeiro que tudo, a fazer muitas perguntas, a falar o menos possível e a tentar perceber melhor a realidade do meu novo clube. Diagnosticar é mais importante do que decidir e é o que quero, com a maior confiança nas pessoas que trabalham e conhecem o clube, tentar diagnosticar o mais possível para depois transformar algumas coisas, adaptar algumas coisas em função do meu modo de trabalhar.

«Falo também no que considero mais importante num clube que são os jogadores. Ninguém pense em transformações radicais, mas sim em pequenas adaptações, em função da maneira de pensar do treinador», garante ainda.