José Mourinho não esconde a sua admiração por Fábio Coentrão, mas não quer entrar em grandes conversas enquanto o esquerdino for jogador do Benfica. O treinador do Real Madrid assume que gosta das características do lateral encarnado, mas não adianta muito mais.

«É jogador do Benfica, primeiro ponto. É um grande jogador, segundo ponto. É um jogador que me agrada há algum tempo e tem características importantes no futebol actual. Joga em quase todas as posições e, na formação do plantel, onde vou ter muitas exigências, ter um jogador deste tipo era um bónus. Mas é do Benfica e com jogadores de outros clubes não nos metemos e não tocámos até acertarmos com o clube», afirmou o treinador, em entrevista à «Cadena Ser».

O técnico português alinhou pelo mesmo discurso quando se referiu a Kun Aguero. «Todos sabemos que é um jogador fantástico, mas é do Atlético Madrid e o Real não contacta jogadores antes de ter acordos com os clubes. Se gostaria de o ter? Não. É jogador do Atlético. É um grande jogador e gosto muito dele, nada mais», resumiu.

Mourinho garantiu, ainda, que Benzema e Higuaín são «inegociáveis» e falou do Barcelona, que considerou um justo vencedor da Liga dos Campeões, apesar de não ter a mesma opinião sobre o percurso que levou os catalães à final. «Ganharam a final com grande justiça, super-classe e super-tranquilidade. Não ganharam bem nos oitavos-de-final, nem nas meias-finais. Mas na final, tiro o meu chapéu, foi merecidíssimo. Ganhou a melhor equipa na final», assumiu.

« Não estou feliz com a saída de Valdano»

Em relação à saída de Jorge Valdano, Mourinho garantiu que a mesma não produz qualquer alteração nas suas funções no clube. «Não tenho mais poder que antes», assegurou. A saída foi, de resto, desvalorizada, com Mourinho a frisar que não tinha problemas com Valdano.

«O Real quer um modelo de organização diferente. Uma estrutura boa, que garante o êxito. Não tenho nem mais, nem menos poder que antes. Nunca procurei o poder, apenas quis empatia funcional e trabalhar em cooperação», vincou.

Satisfeito com a «nova estrutura» dos «merengues», Mourinho falou, depois, de Valdano: «Foi um momento triste para ele e para todos. Isto não é hipocrisia, porque se há algo que eu não sou é hipócrita. Não estou feliz com a sua saída. Estou feliz com o novo modelo de organização do clube e com o que terei à minha volta.»