A Costa Rica continua a maravilhar o mundo com as suas exibições e resultados, mas o que a França fez esta sexta-feira à Suíça coloca-a num patamar superior, naquele nível de candidatura ao título, onde poucos podem ambicionar estar. Depois de um triunfo fácil sobre as Honduras na primeira jornada deste Mundial, a equipa de Deschamps massacrou os rivais europeus.

Os franceses digeriram bem a ausência da sua principal estrela, Franck Ribéry (lesionado), assumindo uma postura mais coletiva e tirando partido de todo o seu potencial. Um onze que mistura a juventude de Varane, Sakho e Sissoko com a experiência de Evra, Debuchy e Valbuena. Foram cinco golos, podiam ter sido mais, nem que seja devido ao penalty falhado por Benzema (e o incrível falhanço de Giroud à barra na recarga). Os dois golos da Suíça serve apenas para a luta do goal average, que tem muito peso neste Grupo E.

Confira a ficha do jogo e a crónica do Suíça-França (2-5)

A verdade é que ninguém está apurado, nem eliminado, o que faz da terceira jornada uma incrível complicação matemática. Isto porque o Equador venceu as Honduras (2-1) e deixou tudo em aberto, inclusivamente para os hondurenhos, que até podem apurar-se se vencerem a Suíça. Os franceses só precisam de um empate e os equatorianos têm de derrotar a França.

Ao contrário do que seria de esperar, o Honduras-Equador foi um jogo cheio de motivos de interesse e cumpriu a média dos três golos por partida neste Mundial. Enner Valencia voltou a ser a figura do Equador, marcando os dois golos da sua equipa, depois de já ter marcado à Suíça, enquanto do outro lado o protagonista foi do ponta-de-lança Carlos Costly (com um belíssimo golo).

Confira a ficha do jogo e a crónica do Honduras-Equador (1-2)

Bem menos confuso está o panorama para a Costa Rica, que já está apurada para os oitavos-de-final, fruto da histórica vitória sobre a Itália (1-0). Desta vez o herói foi Bryan Ruiz, com um golo de cabeça que arrasou os italianos. A equipa europeia esteve irreconhecível depois do triunfo sobre a Inglaterra, terminando a partida de rastos e sem argumentos para suster o ímpeto da formação centro-americana.

Com o apuramento da Costa Rica fica também de fora a Inglaterra, que só poderia ambicionar o apuramento se os italianos vencessem. Sendo assim, a última jornada só servirá para atribuir o outro lugar, sendo que à Itália basta um empate com o Uruguai, pelo que o jogo da próxima terça-feira à tarde (17h) na Arena das Dunas tem tudo para ser absolutamente escaldante. 

Confira a ficha do jogo e a crónica do Itália-Costa Rica (0-1)

A FIGURA DO DIA - Benzema. Um golo, um penalty falhado, duas assistências e um segundo golo um segundo depois do árbitro apitar para o final da partida e que por isso não foi validado. Sem Ribéry, a equipa de França ganha força coletiva, ainda que Benzema esteja a ser o grande esteio no ataque, tendo já apontado três golos em dois jogos (marcou dois às Honduras). O avançado do Real Madrid está em grande forma e acaba mesmo por ser o jogador dos campeões da Europa a ter uma prestação mais positiva neste Mundial (os espanhóis já foram eliminados, Coentrão está lesionado, Modric não é destaque na Croácia e Ronaldo ainda luta para se mostrar).

Para comprovar a força coletiva da equipa de Deschamps está o facto dos cinco golos da França contra Suíça terem sido marcados por cinco jogadores diferentes. Aliás, o jogo teve sete nomes na lista de golos, o que não acontecia num Mundial desde 1982. 

Dois dos jogadores que festejaram foram Giroud e Valbuena. A celebração de um dos golos deu direitos a «memes» divertidos no twitter, como este:

E já agora fica a foto original:



A FRASE - «Estávamos no grupo da morte e hoje o morto é outro». Bryan Ruiz, autor do golo que qualificou a Costa Rica para os oitavos de final do Mundial 2014, não teve receio em falar da eliminação da Inglaterra: «Estávamos no grupo da morte e hoje o morto é outro. Sofremos muito, mas estamos a fazer história e isso é mais importante que marcar um golo». 

O NÚMERO 56 anos. Desde o Mundial de 1958 (Suécia) que a Inglaterra não era eliminada na fase de grupo de um campeonato e no Brasil foi logo à segunda jornada, depois das derrotas com Itália e Uruguai. Curiosamente, da última vez que o torneio de realizou no Brasil, em 1950, os ingleses também não passaram à segunda fase.

O CASO O golo de Bryan Ruiz à Itália. Na era da tecnologia de linha de baliza já não há discussões sobre se a bola entra ou não na baliza. No golo da vitória da Costa Rica sobre a Itália, os centro-americanos até podem reclamar uma grande penalidade não assinalada por falta de Chiellini sobre Joel Campbell, mas puderam festejar quando Bryan Ruiz cabeceou à barra e a bola desceu para o relvado, batendo muito perto da linha. A validação do golo pelo árbitro foi imediata e a confirmação surgiu pouco depois através das imagens televisivas.

O Campeonato do Mundo segue sem interrupções. Nova dose de emoções neste sábado. Veja aqui o que se vai passar.