Os adeptos de Hong Kong vaiaram o hino que partilham com a China e fizeram gestos obscenos no jogo de qualificação para o Mundial 2018 que colocou frente a frente as duas seleções, esta terça-feira, e que terminou igualado a zero.

Os adeptos da casa também insultaram os adeptos adversários, no Estádio Mong Kok, no qual assistiram ao encontro cerca de seis mil espectadores.

Tudo isto devido aos protestos pró-democracia que decorreram na cidade e ao descontentamento com o governo de Pequim. Mas não só.

À agência AFP, um jovem de Hong Kong justificou a atitude: «Não gostamos do hino nacional chinês, temos de ir contra isso. Porque Hong Kong não é parte da China, eu não sinto que sou chinês.»

No entanto, um adepto chinês e trabalhador do governo Fan Yeng, considerou que os adeptos que vaiaram o hino e mostraram sinais contra a China não representam o povo de Hong Kong e que «representam apenas uma minoria».

Ainda assim, as vaias surgiram também como uma provocação às ordens da FIFA, que multou a Federação de Hong Kong após a última partida de qualificação, na qual também se ouviram vaias ao hino.

De resto, os confrontos entre as duas seleções são motivo de conflito e de preocupação para as autoridades desde 1985, quando a China recebeu e perdeu, 2-1, com Hong Kong. Derrota essa que impediu a qualificação dos chineses para o Mundial de 1986, no México, e originou motins nas ruas de Pequim depois de o jogo terminar.