O selecionador da equipa feminina de Portugal, Francisco Neto, destacou esta sexta-feira a Tailândia como uma equipa «técnica» e apontou aos Camarões o «poderio físico», numa primeira avaliação sobre o possível adversário no play-off intercontinental de apuramento para o Mundial 2023, rejeitando o favoritismo apesar do melhor ranking FIFA, porque a posição neste «muitas vezes não reflete o valor desportivo das equipas».

«A Tailândia é uma equipa técnica, com jogadoras muito rápidas e com experiência em campeonatos do Mundo. Uma equipa que, normalmente, joga numa estrutura de 4x4x2, competitiva e com a vantagem de a adaptação ser mais fácil, visto a proximidade à Nova Zelândia», afirmou Francisco Neto, em declarações aos canais da Federação (FPF), falando dos Camarões como «uma equipa muito física, com um conjunto de jogadoras que atuam em França, Rússia, Estados Unidos e Itália», tendo, «individualmente, muitos valores».

«É uma equipa que não mostra tanta organização coletiva como a Tailândia, mas que, individualmente, tem valores que podem resolver o jogo», completou, sobre as africanas.

Portugal (23.º no ranking FIFA) ficou a conhecer, na manhã desta sexta-feira, o resultado do sorteio do play-off intercontinental, disputado por eliminatórias. Está inserido no grupo A e defronta, a 22 de fevereiro de 2023, em Hamilton, na Nova Zelândia, na final do grupo, o vencedor do encontro entre Tailândia (41.ª) e Camarões (58.ª), para um encontro que vale uma das últimas três vagas no Mundial. O jogo ente Tailândia e Camarões é quatro dias antes, a 18 de fevereiro.

Quanto à diferença horária, de 12 horas, para a Nova Zelândia, Neto afirma que é preciso «um processo de adaptação», o que requer um «planeamento profundo», até porque nem todas as jogadoras da seleção atuam em Portugal. «Já tivemos, na FPF, equipas a competir na Nova Zelândia e vamos recolher todas as informações possíveis para ajudar as jogadoras naquilo que for necessário para que elas se apresentem nas melhores condições», garantiu.

O Mundial2023 está a um jogo de distância, depois de Portugal ter ficado em segundo lugar no grupo de apuramento da UEFA e de ter ganho as duas eliminatórias do play-off ante Bélgica e Islândia, triunfos que ainda assim deixaram a equipa portuguesa como o pior terceiro vencedor do play-off da UEFA (Suíça e República da Irlanda apuraram-se por essa via) e, por isso, com necessidade de ainda disputar esta última fase. «É um orgulho estar nesta posição e queremos concretizar a ambição de Portugal, não queremos ficar pelo quase. É a hora de fazer acontecer, é uma oportunidade única. É a primeira vez que a UEFA pode colocar 12 equipas num campeonato do Mundo. Já lá estão 11 e nós queremos ser a 12.ª», apontou o técnico.

Presente nos dois últimos Europeus, em 2017 e 2022, ficando em ambos na fase de grupos, Portugal procura garantir a primeira presença num Mundial, que se realiza na Austrália e na Nova Zelândia, de 20 de julho a 20 de agosto de 2023.