A seleção nacional de hóquei em patins está de volta à final do Campeonato do Mundo, depois de afastar a França na meia-final, com uma vitória por 4-0, conquistada com muito suor e concentração. Um jogo bem diferente daquele em que a equipa de Renato Garrido, logo a abrir a fase de grupos, goleou os franceses por 5-1, mas a verdade é que Portugal vai poder defender o título que conquistou, há dois anos, em Barcelona, desta vez diante da Argentina, que venceu a Itália horas depois.

O jogo minuto a minuto

Uma França bem diferente daquela que Portugal defrontou na abertura da fase de grupos, com a seleção gaulesa a chegar a estar fase com a moral em alta, depois de ter afastado a Espanha, crónica candidata ao título mundial, nos quartos de final, vencendo no desempate por penáltis (1-0), depois um empate 4-4 no final do jogo. Com os três irmãos Benedetto, Bruno, Roberto e Carlo, de início, os franceses entraram no jogo com audácia, respondendo à iniciativa portuguesa, com um ataque agressivo.

Portugal até entrou forte, com Gonçalo Alves, que foi gerido com «pinças», depois de ter saído tocado do primeiro jogo com os franceses, a entrar de início. Os portugueses tentaram impor o seu jogo, conseguiram o primeiro remate, mas os franceses responderam na mesma moeda. O jogo estava, assim, aberto, com Portugal a mostrar respeito diante de uma seleção que foi capaz de marcar quatro golos à poderosa Espanha.

A França até esteve perto de marcar, não fosse a atenção e os reflexos de Ângelo Girão. Depois de duas ameaças de Gonçalo Alves, Portugal acabou por chegar à vantagem de forma inesperada, com Gonçalo Alves a arrastar a defesa francesa e a deixar uma abertura para Rafa Costa, do meio da rua, fuzilar a baliza de Bonneau. Estava aberto o marcador e era bem visível a maior tranquilidade dos portugueses no ringue. Agora era a França que tinha de arriscar mais e deixar espaços para as transições dos campeões do Mundo.

Portugal não treme, França foi abaixo

Uma vantagem curta, mas que Portugal foi gerindo com inteligência, com uma grande segurança defensiva, para depois procurar falhas dos franceses para chegar ao segundo golo. Os franceses também não arriscavam muito no ataque, mas até tiveram oportunidades para empatar, com destaque para um remate forte de Roberto Di Benedetto.

Com o tempo a correr para o final, a França teve de arriscar mais e Portugal teve uma oportunidade soberana para dobrar a vantagem, na marcação de um livre direto, mas Gonçalo Alves atirou ao ferro. A bola não entrou nesse momento, mas entrou logo a seguir, com um remate potente de Hélder Nunes a surpreender toda a gente quatro minutos do final.

A França acabou por ruir como um baralho de cartas quando, em esforço, procurou um golo que lhe permitisse reentrar na discussão do resultado. Portugal não tremeu e marcou mais dois golos, em transições rápidas, com Henrique Magalhães a fazer o 3-0, antes de Hélder Nunes bisar no jogo. Ainda faltavam uns segundos para o final, mas Carlo Di Benedetto abraçou, desde logo, Henrique Magalhães. Estava encontrado o primeiro finalista do Mundial.

Portugal vai, agora, defrontar a anfitriã Argentina em busca do 17.º título do seu historial, no próximo domingo.