Uma grade de cerveja raras vezes terá feito bem a alguém. André Mendes será mesmo a honrosa excepção. O melhor matraquilhista português subiu vezes sem fim ao alto destas peças de ornamentação. Café que se preze, tem grades de cerveja encavalitadas num qualquer canto.
A propósito do Mundial de matraquilhos, marcado de 6 a 10 de Janeiro, o Maisfutebol foi conhecer este goleador. E a história começa, precisamente, no preciso momento em que André Mendes experimentou este jogo. Na companhia do irmão e dos amigos, «todos mais velhos».
Chutar com o pé mais à mão é uma arte
«Como era pequeno tinha de subir a uma grade de cerveja para chegar à mesa. Achava muita graça a toda aquela envolvência. Não tinha nada a ver com os computadores e as consolas. Ganhei gosto, percebi que tinha jeito e nunca mais parei de jogar.»
André tanto jogou, tanto jogou, que se tornou num verdadeiro expert na matéria. Conquistou torneios atrás de torneios, até que soube da existência da Federação Portuguesa de Matraquilhos.
«A partir daí federei-me e comecei a competir a sério. E agora temos o Mundial. Vou para lá divertir-me e conhecer uma nova realidade. Se as mesas fossem iguais às que sempre fizeram parte da minha vida, diria que ia para uma boa classificação. Mas com as mesas novas não posso dizer isso.»
Ser matraquilhista não é um sonho de criança
Dizer que André Mendes sempre sonhou ser um matraquilhista de sucesso não seria propriamente verdadeiro. Não. À semelhança de milhares e milhares de crianças, André também ousou acreditar que o seu destino estava escrito nos relvados de futebol.
«Joguei nos iniciados do Almada e depois em Portalegre, no Póvoa e Meadas, já como sénior», conta-nos. «A verdade é que nos matraquilhos não são necessárias cunhas para poder jogar e não tenho de abdicar da minha profissão.»
Aos 25 anos, André Mendes atinge o momento mais alto da sua vida enquanto praticante de matraquilhos. «Espero que corra tudo bem. Ao contrário do que pensam, não tenho mesa em casa e agora, com estas novas, tenho de fazer muitos quilómetros para treinar. Mas vale a pena quando existe paixão.»
André Mendes, craque português, para seguir com atenção entre 6 e 10 de Janeiro no Mundial de matraquilhos.