Um Nacional condigno com a posição que ocupa na tabela classificativa foi o que entrou na primeira metade ante a sua congénere do Restelo, pese embora até tenham sido os azuis os primeiros a ameaçar a baliza à guarda de Gottardi, depois de um canto batido na direita por Miguel Rosa, que Rambé atirou junto ao poste.

Os alvi-negros não acusaram o toque e jogando a toda a largura do terreno com constantes variações de flanco, trocavam as voltas a um periclitante Belenenses, que não se entendia com as marcações e limitava-se a observar o avolumar de ocasiões criadas pela formação da casa.

Djaniny haveria de ser o primeiro a não acertar com o alvo logo à passagem do minuto 2, depois de uma excelente jogada de Candeias pela a ala direita, sendo o extremo a desperdiçar nova ocasião volvidos somente cinco minutos.

Sem reação, a formação de Belém ia contando com Matt Jones na baliza para manter o nulo no marcador, negando o golo a João Aurélio à passagem do minuto 12. Só dava Nacional no jogo e Barcellos tornaria a ter nos pés nova ocasião aos 20 minutos, mas a pontaria estava desafinada e acabou por errar o alvo por muito.

No entanto, tanta vez vai o cântaro à fonte que um dia lá deixa ficar a asa, pelo que o golo do Nacional não surpreendeu ninguém e trouxe justiça ao marcador. Djaniny, mediante uma arrancada individual pela ala direita, trouxe o esférico até à zona central e rematou colocado ainda fora de área, não dando hipótese ao desamparado britânico responsável pelas redes do Restelo.

Na frente do marcador, os alvi-negros afrouxaram na partida, convidando o Belenenses a subir no terreno de modo a poderem lançar os típicos e venenosos contra-ataques. Aproveitaram os pupilos de Marco Paulo para dar um ar da sua graça e Rudy só não conseguiu mesmo o empate à passagem da meia hora graças a uma grande intervenção de Gottardi.

Sem arte nem engenho, a equipa de Belém ainda tornou a ameaçar antes do intervalo, com Rambé de calcanhar a soltar Miguel Rosa que de longe rematou à figura de um seguríssimo Gottardi, que correspondeu sempre bem ao pouco trabalho que teve no primeiro tempo.

A chegada da etapa complementar trouxe um Belenenses mais afoito, deixando no ar a ideia de que queria mudar o rumo dos acontecimentos. No entanto, o homens de Belém continuavam com muita dificuldade em entrar no último terço do terreno e quando o faziam acabavam sempre por não conseguir dar a direção da baliza ao esférico.

Os pupilos de Manuel Machado esperavam pela oportunidade de fazer o veneno das transições rápidas ter efeito e foi num roubo de bola de Djaniny a João Afonso que tal aconteceu, com o cabo-verdiano a fugir pela ala direita, tirando Matt Jones do caminho e a cruzar para Saleh Gomaa, que tinha acabado de entrar na partida, fazer o segundo tento da partida e a sua estreia na lista dos marcadores do campeonato.

Com dois golos de vantagem no marcador o Nacional retirou claramente o pé do acelerador, mas nem assim o Belenenses foi capaz de uma reação de força à desvantagem e só aos 87 minutos, depois de um canto na direita batido por Fredy que Kay cabeceou ao lado, é que os forasteiros deram um ar da sua graça.

Marco Paulo ainda apostou tudo para o tempo de compensação, fazendo sair o central Duarte Machado e apostando em Roland Linz para a frente de ataque, mas a história deste jogo estava escrita e a estatística, que diz que em casa mandam os alvi-negros, tornou a ter razão, com os pupilos de Manuel Machado a manterem o quarto lugar da tabela classificativa e a esperarem agora por um deslize dos seus diretos adversários para aumentar a sua vantagem pontual na luta pelos lugares que dão acesso às competições europeias.