Se o Nacional jogava em casa apenas se notou pelo constante apoio da claque feminina, incansável ao longo dos primeiros 45 minutos. No entanto, no relvado as coisas foram bem diferentes desde início, pois o Paços de Ferreira entrou mandão no jogo e depressa encostou a formação de Manuel Machado às cordas.

Apoiados num trio defensivo praticamente irrepreensível ao longo da primeira metade, composto por Zainadine, Miguel Rodrigues e Mexer, com Sequeira a revelar grandes dificuldades na ala esquerda, os alvinegros iam conseguindo suster a capacidade ofensiva do Paços de Ferreira, ajudados em certa medida por Carlão: muito trapalhão na frente de ataque, e, sobretudo, muito lento na decisão de soltar a bola para os companheiros.

Por seu turno, os pupilos de Henrique Calisto iam tentando de todas as formas e feitios alvejar a baliza à guarda de Gottardi, tendo em Sérgio Oliveira o seu jogador mais inconformado. Logo no primeiro minuto o jovem talento pacense atirou uma bomba na transformação de um livre direto, proporcionando uma defesa muito apertada da Gottardi.

Volvidos 12 minutos, Hurtado veria Zainadine efetuar um corte
in extremis que impediu o esférico de seguir na direcção da baliza, deixando no ar a sensação de que o golo pacense estaria iminente.

Contudo, contra a corrente do jogo, Diego Barcellos escapuliu-se à defesa forasteira, tendo sido rasteirado por Ricardo à margem das leis.
Grande penalidade bem assinalada e convertida por Candeias, trazendo uma enorme sensação de injustiça ao marcador.

O lanterna vermelha não se atemorizou nem tão pouco acusou o toque e partiu em busca da igualdade, mas Sérgio Oliveira, aos 29 e 35 minutos, não conseguiu dar a melhor direcção ao esférico, com a Manuel José a seguir-lhe o exemplo à passagem do minuto 39.

Os alvinegros haveriam de efetuar o seu primeiro remate, além do penálti, à passagem do minuto 43, com António Filipe a corresponder com uma boa defesa, depois de passar quase toda a primeira metade como um mero espetador, pese embora já tivesse sofrido um golo.

Os pacenses ainda festejaram o golo de Sérgio Oliveira já em tempo de compensação, mas o árbitro acabaria por o anular, por indicação do seu assistente de um pretenso fora de jogo que deixa algumas dúvidas, pelo que os nacionalistas seguiriam mesmo para intervalo com uma preciosa vantagem de um golo.

No segundo tempo pedia-se que algo mudasse no Nacional, enquando ao Paços apenas era importante manter o mesmo ímpeto. No entanto, se os castores cumpriram, o mesmo não se pode dizer da formação da casa, e nem os seus seis elementos de caráter defensivo conseguiam evitar o volume de jogo ofensivo da formação forasteira.

Assim, não foi de estranhar que os pacenses chegassem mesmo ao golo da igualdade aos 55 minutos, depois de um canto batido na esquerda por Sérgio Oliveira que após um desvio ao primeiro poste por parte da defensiva alvinegra chegou até Tiago Valente, que, ao segundo poste, não teve dificuldades em cabecear para o fundo da baliza à guarda de Gottardi.

O Nacional sentia muitas dificuldades e Manuel Machado mexeu no meio campo, fazendo entrar João Aurélio para o lugar de um apagado Candeias, numa tentativa de fechar o seu meio campo, tentando ao mesmo tempo obter mais profundidade no seu ataque.

Acabaria por resultar em pleno a substituição orquestrada pelo técnico, já que João Aurélio haveria de dar início à jogada que culminaria com o cruzamento de Sequeira para o golo de Diego Barcellos, trazendo novo balde de água fria para a turma de Henrique Calisto e, mais uma vez, deixando no ar a estranha sensação de uma tremenda injustiça.

O Nacional haveria de melhorar um pouco mas seria o Paços de Ferreira quem continuaria a mandar no jogo, pelo que os alvinegros limitavam-se a suster o poderio atacante do adversário e a lançar venenosos contra-ataques que poucas vezes chegavam à baliza contrária.

Manuel Machado percebia que os castores estavam melhores e fazia entrar mais um homem de características defensivas, tirando Djaniny e colocando Rafa Sousa no seu lugar, fazendo-se valer da capacidade de sofrimento da sua equipa para conseguir alcançar uma vitória que já lhe fugia desde o início de Outubro, quando em casa derrotou o Sp. Braga por três bolas a zero.

A estratégia acabou por resultar em pleno e mesmo com o esforço final dos pacenses a vitória já não fugiria da equipa da casa, conquistando três importantes e preciosos pontos que os colocam no centro da luta pelos lugares europeus.