Joana Vasconcelos inaugura esta terça-feira uma exposição composta por 17 obras ¿ umas conhecidas, outras inéditas ¿ que concebeu e arrumou «em diálogo» com o castelo, e a dizer Portugal.
Esta segunda-feira, em Versalhes, há uma visita guiada para a imprensa, a primeira que permite ver toda a exposição que encerra a 30 de setembro.
«Entre aquilo que estava projetado, o que se vê é mais extraordinário», disse a artista à agência Lusa. «Apesar de ter projetado, de ter feito fotomontagens, de ter preparado muito bem esta exposição, fiquei muito surpreendida com a relação das peças com o espaço e com a maneira como elas conseguem manter a sua autonomia e interagir com essa arquitetura muito particular que é Versalhes: superdecorada, superluxuosa, e com uma tendência para abafar tudo aquilo que se ponha lá dentro», disse a artista.
Joana Vasconcelos considera que «as peças conseguiram integrar muito bem o espaço, e até criar diálogo com ele», mas contou que «a montagem foi muito complicada e muito dura».
«Houve muitas dificuldades com que não estava a contar. Versalhes é um local muito especial, com muitas, muitas dificuldades, porque é um edifício antigo, porque [não está adaptado] à arte contemporânea, porque é um edifício extremamente complexo, e porque a equipa também não está muito habituada a montar exposições», explicou à agência Lusa.
A exposição acolhe os visitantes com (seis) braços abertos, em tricô e croché, com «Mary Poppins» (peça de 2010), de gigantes saltos altos, feitos de tachos e tampas («Marilyn», 2011), e com um «Coração independente», em vermelho (2005) e em negro (2006), feito de colheres de plástico.
Entre as obras especialmente criadas para esta ocasião, a artista plástica destaca a série «Valquírias», que acrescenta à «Valquíria Enxoval», de 2009, e à «Valquíria Excesso», de 2005, as obras «Royal Valkyrie» (2012) - que «revisita e reinterpreta o estilo e a exuberância de Versalhes» -, e «Golden Valkyrie» (2012), que, sugerindo ouro, mistura tecidos nobres com tecidos industriais, comuns.
«Golden Valkyrie», explicou, é a obra central da exposição, a que «faz a ligação entre a história e a arte contemporânea» e que ilustra melhor o contraste entre o feminino e o masculino no castelo: «No exterior, o palácio é muito masculino, encontramos o poder e a força. Mas no interior, nos detalhes, é feminino. Imaginamos facilmente os belos vestidos, os bailes. É a estética, é a poesia», disse.
Joana Vasconcelos destacou ainda a grande tapeçaria «Vitrail» (2012), de 13 metros quadrados, que foi executada pela Manufactura de Tapeçarias de Portalegre, um dos últimos centros de produção artística contemporânea de tapeçaria mural do mundo.
O Palácio de Versalhes vai ficar no feminino e em português entre os próximos dias 19 de junho e 30 de setembro.
Lusa
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