O «13º Dia» estreia hoje no anfiteatro do Centro Pastoral Paulo VI, no santuário de Fátima.

Após uma apresentação particular aos responsáveis do santuário de Fátima, a instituição mostrou-se satisfeita com o que viu. «É um filme intenso e de sensibilidade apurada. Revela pesquisa, dedicação e está bem construído» cita a «agência ecclesia».

O filme conta a história de um mundo dividido por perseguições, guerra e opressão onde três crianças são escolhidas para anunciar uma mensagem de esperança.

Baseado nas memórias da irmã Lúcia e de várias testemunhas o filme dramatiza a história dos três pastorinhos de Fátima, que presenciaram seis aparições da Senhora do Céu, entre Maio e Outubro de 1917, e que culminou num milagre final visto por milhares de pessoas.

Produzido pela «13th Day Films Ltd», «O 13.º Dia» foi escrito e realizado por Ian e Dominic Higgins e produzido por Natasha Howes. A banda sonora é um original de Andrew Guthrie.

As filmagens decorreram entre Portugal e Inglaterra e o filme é anunciado como inovador nomeadamente ao nível dos efeitos especiais.

A recriação das sequências foi o maior desafio na produção do filme, contaram à Agência Lusa os realizadores, Ian e Dominic Higgins.

No dia 13 de Outubro de 1917, milhares de pessoas deslocaram-se à Cova da Iria, em Fátima, em Portugal, para assistir à aparição de Maria anunciada pelos três pastorinhos (Lúcia, Jacinta e Francisco) e muitos garantiram ter visto o sol mexer.

«É uma questão bastante polémica, porque há discussão sobre o que representa a aparição, o que significa e o que viram as crianças», vincou Dominic.

Outro desafio foi criar a imagem da Nossa Senhora, que muitos artistas optaram por não representar ou cobrir a cara com uma luz e que vários amigos aconselharam a não mostrar.

«Nós queríamos mostrar Maria porque Lúcia descreve-a e pensámos que isto seria um desafio», acrescentou Ian Higgins.

O filme usa predominantemente imagens a preto e branco, que os realizadores usaram porque a história se passa no passado, mas também porque é descrita uma «realidade desagradável».

A cor é usada apenas durante as cenas das aparições e do episódio do sol. Veja, abaixo as fotos:



Pensámos que tínhamos de filmar a preto e branco e tratar a cor como um dom quase precioso», justificou o realizador, que partilhou a direcção e escrita do guião com o irmão Ian.

O resultado final de um trabalho que se prolongou por cinco anos, concedem, é um filme religioso, mas que poderá apelar a um público não crente.

«Mesmo quem não seja religioso poderá retirar algo, porque a mensagem é universal», garante Ian, que confessou estar ansioso por assistir à reacção do público português.

O elenco é britânico, mas os três pastorinhos são crianças portuguesas, recrutadas em escolas na zona de Lemington Spa.

«Fizémos castings em Portugal e em Inglaterra e procurávamos crianças com aspecto latino, mas não tinham de ser necessariamente portuguesas», vincou Howes.

Ana Sofia, de 13 anos, que fez o papel de Jacinta, confessou à Lusa ter gostado da experiência, embora durante as filmagens tivesse tido dificuldade em conter o riso. Do filme, disse que «ficou giro» e elegeu uma cena preferida.

«Gostei mais da parte quando morri, isso foi engraçado», admitiu.