Uma evocação intimista, numa cerimónia simples, marcada pela dor da ausência. Mas Rosa esteve lá, nas recordações e na poesia. Emocionada, Bi Rebelo de Sousa, uma das filhas, partilhou com a Lux o seu estado de espírito: «Ficamos sensibilizados por as pessoas se lembrarem dela. É um dia especial e cheio de emoção. Tentamos não fazer dele uma data dramática. Este encontro é um aconchego, mas, admito que, ao mesmo tempo, nos faz reviver a dor e a tristeza. Mas é importante que se consiga ultrapassar essa inevitabilidade, porque a nossa mãe tocou muita gente e está sempre nos nossos corações.»
Além dos filhos e de alguns netos de Rosa Lobato Faria, estiveram presentes alguns amigos. Um deles foi Mário Zambujal: «Guardo dela uma memória muito carinhosa. Tenho saudades do sorriso dela, das conversas¿ Está entre as pessoas que mais admirei na vida. Tinha um talento raro e muito versátil», avalia.
Para o final da homenagem, ficou a revelação da tarde: Rosa Lobato Faria deixou um romance inacabado. Tem 175 páginas escritas e, disse Rosa ainda em vida, faltam-lhe dois capítulos. Caberá a Inês Pedrosa acabar o livro, cujo título é «Vento Suão». Para a escritora é uma honra inimaginável: «Recebi o desafio com muita emoção e com muito sentido da responsabilidade. Vou ter de reler todos os livros da Rosa, para ver se consigo entrar na cabeça dela e descobrir o resto da história. É uma honra muito grande para mim, que sou uma grande admiradora da escritora e da mulher.»
Falta dizer que vai ser atribuída à escritora, a título póstumo, a Medalha de Honra da Sociedade Portuguesa de Autores (SPA), dia 21 de Maio, no âmbito do Dia do Autor. A SPA vai ainda criar o Prémio Guionista com o nome de Rosa Lobato Faria.
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