Infelicidade extrema. Nani lesionou-se a fazer uma acrobacia na casa que o viu nascer para o futebol. No Real Sport Clube, de Massamá, a consternação é enorme. Aquele treino da selecção nacional, na passada sexta-feira, ficará manchado a negro na história do clube.

Nani já pensa na recuperação: «A vida continua...»

Na recta final do treino de Portugal, o penúltimo antes da partida para a África do Sul, Nani participou num exercício de finalização que viria a ditar o seu afastamento do Campeonato do Mundo.

«Foi num movimento de finalização, em que o Nani fez um pontapé acrobático e caiu sobre o ombro. Naquela altura, nunca pensámos que seria tão grave», começa por explicar João Pedro Ferreira, coordenador das camadas jovens do emblema lisboeta.

João Pedro Ferreira conhece Nani desde criança. O jogador chegou ao Real com sete anos e saiu de lá para explodir no Sporting. «É uma bandeira do clube e tínhamos a certeza que iria fazer um grande Mundial. O Nani é um exemplo para todos os nossos jovens, vai dar a volta por cima desta situação e surgir ainda melhor», garante, ao Maisfutebol.

Nani já tinha sofrido com aquele ombro esquerdo. Como tal, é natural tratar-se de um agravamento de lesão, com fissura na clavícula. «Como não é uma zona muito preocupante, pensámos que iria recuperar. Contudo, é preciso lembrar que é uma área muito sensível. Se estiver condicionado, não pode fazer movimentos de braços, cargas de ombros, etc.», lembra o responsável do Real.

«Sabendo-se que já teve uma lesão na mesma zona, no ano passado, é natural que tenha sido um problema agravado. No sábado, já não esteve no relvado. Conhecendo-o como conheço, acredito que ele quisesse disputar o Mundial na mesma, com dores. É uma das características dele, a ambição, a par do enorme talento. A consternação é muito grande», conclui João Pedro Ferreira.