A ausência de Nani do Mundial, por lesão, é um contratempo lamentável. Para o jogador, que tinha legítimas esperanças de ser um dos maiores protagonistas nos estádios sul-africanos, e para a Selecção, que fica objectivamente enfraquecida com a baixa de um dos seus jogadores em melhor forma.

O impedimento foi anunciado abruptamente como facto consumado, quatro dias depois de um incidente de treino que não mereceu, na altura, preocupação especial do seleccionador. Por todas as expectativas criadas, e pelo inesperado da situação, percebe-se o inconformismo dos adeptos, traduzido nas especulações que nas horas imediatas envolveram todo o processo.

Nani já esta época teve uma lesão idêntica, e isso pode indiciar um problema crónico. Mas a informação de que o jogador sofre de um traumatismo no ombro esquerdo, irrecuperável em tempo útil, é demasiado vaga. Ainda mais num contexto em que várias selecções, incluindo a portuguesa, com Pepe, fazem os possíveis e impossíveis para recuperar jogadores fundamentais, com lesões aparentemente mais complicadas.

Por isso, em defesa da imagem de rigor e competência da estrutura que envolve a Selecção, é importante acabar já com o ruído sobre este caso. E só há uma forma de o conseguir: com informação mais detalhada sobre a natureza da lesão, o tratamento necessário e, principalmente, os prazos de recuperação clínica do jogador. E, então sim, será mais fácil virar a página e olhar em frente.