Nulo absoluto. Os setubalenses voltam a beneficiar da tradição, passando incólumes na Figueira, somam mais um ponto, acumulando seis em cinco jornadas, um registo aceitável. Pior fica a Naval, que continua em penúltimo lugar, até porque Marítimo e Rio Ave foram incapazes de ganhar nesta jornada.

O resultado penaliza sobretudo os figueirenses, que continuam sem ganhar depois do triunfo da segunda ronda, no Algarve, e castiga, antes de mais, a incapacidade do seu ataque, voluntarioso mas estéril por mais que tentasse agitar as redes à guarda de Diego. Esta equipa de Victor Zvunka parece ter sido pensada a partir da defesa, já mostrou uma boa organização e saúde física, falta-lhe é a mesma competência na hora de atirar à baliza.

Em campo estavam duas equipas que não passam propriamente por bons momentos - a Naval vinha de duas derrotas consecutivas, enquanto o V. Setúbal tinha para trás três jornadas sem vencer e apenas um golo marcado -, mas esperava-se mais quer de um lado, quer do outro. Do pacto de não-agressão inicial passou-se rapidamente à fase de aselhice pura, com várias tentativas de remate, quase exclusivamente dos da casa, mas muita desinspiração, uma total ausência de ideias.

O jogo lento servia os interesses sadinos, melhor classificados e, por isso, mais tranquilos. A Naval é que tinha de correr pelo resultado mas fazia-o de forma desconchavada, abusando dos remates de longe, talvez porque não conseguia outra forma de romper a defesa forasteira. Carlitos, um lateral-direito, era dos poucos a conseguir romper o marasmo com a ajuda de João Pedro, mas era pouco. Muito pouco.

Figueirenses melhoram depois do intervalo

O encontro animou um pouco na segunda parte, altura em que os donos da casa intensificaram o assédio à baliza de Diego, com maior intencionalidade mas idêntica inoperância no último terço do terreno. A maior presença navalista na área setubalense revelou, todavia, algumas fragilidades para o sector comandado pelo experiente Ricardo Silva. Numa das melhores jogadas, Edivaldo cabeceia para aquilo que parecia uma baliza deserta mas Hugo Leal, quase sobre o risco fatal, consegue aliviar a bola.

O tempo corria a favor dos sadinos, que, com trocas posicionais, mantinham o equilíbrio da equipa, espreitando, de quando em vez, o contra-ataque mas mostrando aceitar e até apreciar o resultado. O inconformismo dos da casa ainda se vez sentir por Previtali, que teve o golo nos pés, mas Diego fez uma defesa por instinto, gorando-se, quiçá, a melhor oportunidade dos figueirenses em todo o jogo. Assim, não há treinador que resista.