Tinha sido a 24 agosto, a única vitória do Olhanense na Liga: 1-0 ao
Paços de Ferreira, golo de Mehmeti. Agora, foi Dionisi que venceu… a
dor do Olhanense, em relação à vitória no campeonato. Mais de dois
meses depois, o italiano marcou o golo que valeu três pontos e
que permitem Abel Xavier respirar um pouco melhor… ou não?
O Olhanense efetuou pouca pressão sobre o portador da bola, ao
contrário do Arouca, com os seus jogadores a terem ordem para
caírem em cima dos do Olhanense, na tentativa de os levar ao erro e
de encurtarem espaços de manobra. O que foi conseguido, dado que
dificultada a organização ofensiva da equipa de Abel Xavier, que foi
obrigada a recuar e a definir estratégias de assalto em zonas bem
distantes da baliza de Cássio.
Ainda assim, os jogadores de Pedro Emanuel não conseguiram evitar
situações aflitivas para a sua baliza, porque os algarvios tornearam
essa dificuldade organizativa com transições rápidas feitas com
recurso a passes longos, procurando (quase sempre) a velocidade de
Femi Balogum na esquerda, ou o poderio físico de Vojtus, contando
também com a facilidade de desmarcação de Mehmeti.
Esses momentos aconteceram depois de vinte minutos de… nada!,
com as duas equipas a terem pouco controlo sobre a bola, perdida
entre passes falhados. No entanto, e se contabilizarmos os minutos
em que bola rolou certinha entre os seus jogadores, pode-se dizer
que o Arouca deteve maior posse. Mas jogada de perigo… zero, tal
como o Olhanense.
Num desses tais lances com que o Olhanense rompeu o bloqueio
em que estava metido, Femi correu pela esquerda e ofereceu o golo
a Mehemti, evitado com um precioso corte de Baliu. O avançado
albanês do Olhanense evidenciou-se novamente na jogada seguinte,
quando isolou Vojtus, salvando Cássio, a sua baliza. Mehemti voltou
a falhar à meia-hora de jogo, e Kroldrup desperdiçou a melhor oportunidade, perto do intervalo.
Paulo Sérgio deu vida ao ataque do Arouca, pois foram dele os
únicos momentos que incomodaram Belec. Foram três as vezes que
o extremo rematou para fazerem brilhar o guarda-redes esloveno,
que está emprestado pelo Inter de Milão, e que se estreou a titular
na baliza do Olhanense. E com emissários do clube milanês nas
bancadas….
Dionisi foi a arma que Abel Xavier foi buscar ao banco, para
dinamizar o ataque da sua equipa. E de que maneira! O italiano, ex-
Livorno, foi um lutador, um avançado que luta… a dor, na dor que
tem sido o Olhanense marcar golos, e, numa boa combinação na
direita entre Bigazzi e Luís Filipe, finalizou ao aproveitar uma bola
que sobrou depois de Vojtus ter cabeceado contra Mika.
A perder, Pedro Emanuel apostou numa dupla substituição e tentou
forçar o ataque, com as entradas de David Simão e Serginho. Mas na
prática, isso não foi conseguido, com a sua equipa a mostrar poucos
argumentos para colocar em causa a vitória do Olhanense.
Os algarvios foram sempre superiores na segunda-parte, e foram
detentores das únicas oportunidades de golo nesse período,
justificando uma vitória merecida, que foi um bom bálsamo para
atenuarem as dores com que padecem.
Olhanense vence-a-dor!
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