O Olhanense garantiu matematicamente a permanência na Liga, ao empatar com o Benfica e beneficiando da derrota da Naval. Os encarnados marcaram primeiro, por Jara, no início do jogo, mas Djalmir empatou nos instantes finais. A série de jogos sem vencer do Olhanense já vai em dez, mas este empate teve sabor a vitória.

A esquematização do Olhanense foi mais defensiva que o habitual, com Daúto Faquirá a apostar num 4x2x3x1, em detrimento do 4x3x3. A Naval jogou antes e perdeu, pelo que o empate servia aos algarvios.

No Benfica, Jorge Jesus deu descanso a jogadores mais utilizados tendo em vista o jogo de quinta-feira com o Braga para a Liga Europa. Airton ocupou o lado direito da defesa, Roderick (promovido a capitão) alinhou a trinco e Gaitán ganhou minutos, vindo de lesão.

Ainda muitos espectadores estavam a chegar ao estádio e já o Benfica festejava: Gaitán abriu para Jara que contou com o desvio em João Gonçalves para inaugurar o marcador. Foi a primeira e única vez que os encarnados (que vestiram de amarelo) incomodaram a baliza de Bruno Veríssimo na primeira parte. César Peixoto (35) ainda espreitou um chapéu do meio-campo para surpreender o adiantado guarda-redes algarvio, mas a bola passou muito desviada do alvo.

O Olhanense também pouco fez ofensivamente, mas não estaria nas previsões da equipa estar em desvantagem tão cedo. Com Gaitán e César Peixoto a não se fixarem nas alas e a caírem para zonas interiores, as suas marcações recaíam para os dois trincos (Delson e Fernando Alexandre), sobrando Nuno Piloto para os contra-golpes, mas com marcação apertada movida por Roderick.

O ataque dos algarvios viveu, por isso, das arrancadas de Toy e da velocidade de Dady, que invariavelmente morriam na defesa contrária. Só por uma vez o Olhanense teve oportunidade de visar com êxito a baliza de Roberto: Toy (31) sentou Carole e cruzou para a cabeça de Nuno Piloto, com a bola a passar perto do poste direito.

Faltou velocidade, oportunidades de golo e emoção à primeira parte. E quando não há qualidade sobejam bocejos nas bancadas.

Substituições decisivas

O Benfica entrou com a disposição de resolver o desafio no início da segunda parte e, nos primeiros cinco minutos, teve duas boas oportunidades para marcar. Aos 48 minutos Gaitán acertou no poste direito da baliza de Bruno Veríssimo, após boa jogada colectiva desenvolvida na esquerda, e no minuto seguinte Kardec falhou cabeça e de forma incrível um cruzamento de Airton.

Pouco depois, Daúto Faquirá tentou esticar mais a equipa com as entradas de Rui Duarte e Yontcha para os lugares de Delson e Dady. Troca directa entre avançados, mas entre os médios saiu um defensivo para entrar um ofensivo.

Na prática, Rui Duarte e Yontcha deram mais profundidade ofensiva ao Olhanense, que começou a jogar também no meio-campo adversário, contando ainda com a ajuda de Jardel, expulso aos 68 minutos. A posterior troca do central Anselmo pelo avançado Djalmir reforçou as ideias de Daúto Faquirá.

A recompensa da audácia de Faquirá chegaria nos instantes finais, com dois dos eleitos a fabricarem o golo do empate e que valeu a manutenção do Olhanense na Liga: Rui Duarte cobrou um canto na esquerda para a cabeça de Djalmir ao primeiro poste concluir.