A ameaça de greve dos árbitros na jornada 10 da Liga Zon Sagres é exemplar da fraqueza do poder político perante o futebol e outras corporações.

A notícia de que os árbitros estariam ausentes dos jogos no próximo fim-de-semana, entre eles o F.C. Porto-Benfica, desencadeou uma reunião imediata entre o secretário de estado do desporto e o representante dos homens do apito.

A reunião e o comunicado de um ministério dissiparam rapidamente as «dúvidas» (com aspas, para acentuar o eufemismo) e os jovens árbitros lá continuarão a poder ingressar na «carreira». E, consequência imediata, haverá circo no fim-de-semana.

O pão já é outra conversa, mas por enquanto o povo vai vivendo do circo.

A fragilidade do poder, exibida sem vergonha, retira credibilidade à capacidade de efectuar verdadeiras reformas, tão urgentes em Portugal. Se um governo tem medo do futebol, que poderemos esperar?