Se num segundo muita coisa pode mudar, imagine-se o que não pode acontecer num minuto. O jogo entre o Paços de Ferreira e o V. Guimarães, por exemplo, foi completamente transformado no espaço que foi da expulsão de Faouzi ao penalty que deu o empate aos castores. Tudo isto em 60 segundos. Tudo isto em cima do intervalo. O V. Guimarães perdeu um jogo que parecia estar controlado e o Paços de Ferreira, que melhorou a olhos vistos da primeira para a segunda parte, colheu os frutos de uma estupidez de Faouzi aliada a um erro de Bruno Esteves. Com este triunfo, as duas equipas ficam empatadas no quinto lugar, com 37 pontos. Europa ao rubro.

O primeiro tempo foi amputado de 15 minutos. Enquanto as equipas se conheciam, perdiam o receio e mostravam ao que vinham o relógio foi avançando e só permitiu meia hora de verdadeiro futebol. Nesse tempo sobressaiu, claramente, o V. Guimarães. Mais organizado, expedito e inteligente, o Vitória controlou e marcou. Ou melhor, altere-se a ordem: marcou primeiro, controlou depois.

FICHA DE JOGO

Faouzi começou a ganhar destaque no jogo ao aproveitar uma azarada intercepção de Cohene para abrir o marcador, na cara de Cássio. Tónico suplementar para uma formação que já mandava em campo. O Paços de Ferreira demorou uma eternidade a reagir à desvantagem. Mesmo que um forte remate de David Simão tenha obrigado Nilson a aplicar-se, percebia-se que era um fogacho.

Caetano: um salvador em tamanho S (destaques)

O V. Guimarães continuou a dominar, viu Ozeia tirar em cima da linha um golo a Faouzi, numa jogada que marcaria o encontro. Na sequência, e em esforço, o marroquino caiu na área. Penalty pediu. Simulação e cartão amarelo respondeu Bruno Esteves. Talvez nem uma coisa nem outra. Quando um jogador cai na área, muitas vezes não é penalty, mas, dessas, nem sempre há simulação. Pede-se bom senso.

Mas o apelo encaixa também em Faouzi. Em cima do intervalo, após boa combinação com Edgar, o avançado vitoriano apareceu na cara de Nilson e, quando parecia ter tudo para fazer o golo, deixou-se cair. Simulação grosseira, bem castigada. Em dois lances semelhantes, Faouzi despe a capa de herói e obriga a equipa a toda uma parte de sofrimento.

Olímpio castiga, Caetano finaliza

E como não há cenário mau que não possa piorar, o P. Ferreira chega ao empate na resposta. Novamente Bruno Esteves em evidência, agora a assinalar um penalty de Cléber que não pareceu existir. Leonel Olímpio fez o empate e mudou a cara do jogo.

Na semana em que Manuel Machado assumiu a ambição de terminar no quinto lugar, a primeira batalha, que tão bem estava a correr, ameaçava descambar. A prova chegou com o reatamento, pois cedo se percebeu que o segundo tempo seria completamente dominado pelos «castores». A jogar com menos um homem, o Vitória encolheu-se e apostou no contra-golpe. Daria frutos, não fosse a grande defesa de Cássio, a vinte minutos do fim, após bomba de Rui Miguel. Assim, apenas adiou o golpe fatal, dado pelo miúdo Caetano, já perto do fim, que levou o Paços de Ferreira de volta à luta do quinto lugar, que, esta semana, até pode ir para Rio Ave ou Nacional.