O P. Ferreira continua a superar-se, a ultrapassar as margens do campeonato da tranquilidade para deambular pela zona europeia. A formação pacense voltou a somar três pontos, num triunfo tangencial sobre o V. Setúbal (1-0), e saltou momentaneamente para a quinta posição da Liga 2006/07. Com um dos orçamentos mais baixos do escalão, os castores parecem empurrados pelo vento para patamares mais elevados.
As duas equipas apresentavam um registo recente semelhante. Uma derrota e dois empates nos últimos três jogos, acentuando a obrigação de um resultado positivo no Estádio da Mata Real. Os castores atravessaram um ciclo complicado, averbando igualdades com Marítimo e Sporting, antes do desaire na Luz. No regresso aos confrontos com adversários da mesma linhagem, voltaram os sorrisos.
José Mota apresentou uma única alteração, em relação ao onze que defrontou o Benfica, na ronda anterior. Emerson substituiu, com sucesso, o castigado Luiz Carlos. No V. Setúbal, Carlos Cardoso montou um esquema com um lonsango a meio-campo, entregando ao coreano Kim a responsabilidade de apoiar Varela e Amuneke, que descaíram invariavelmente para os flancos.
Na Mata Real, o mau tempo foi uma condicionante de peso para a qualidade de espectáculo. Houve de tudo um pouco, começando pela chuva, passando pelo vento e terminando num nevoeiro denso, que reduziu a visibilidade.
Os jogadores ainda lutavam contra as adversidades climatéricas quando Edson se embrulhou com Janício, no interior da área sadina, e o P. Ferreira beneficiou de um castigo máximo, por indicação do auxiliar de Hélio Santos. João Paulo, na conversão, marcou o seu terceiro golo da temporada, no primeiro remate dos castores à baliza adversário.
Com 11 minutos de jogo, o V. Setúbal entrava numa espiral de desespero que se foi avolumando com o decorrer do encontro. Milojevic foi negando o bis de João Paulo, com um par de defesas providenciais na etapa inicial mas, do outro lado, Peçanha tinha uma das noites mais tranquilas da época, perante a inépcia ofensiva do V. Setúbal.
Carlos Cardoso arriscou, como compete a uma equipa que tem apenas um pequeno palmo de terra para se resguardar da linha de água. O experiente Ayew, que marcara na deslocação ao reduto do Boavista, foi chamado no início da etapa complementar (Inzaghi e Rui Dolores viriam a reforçar o ataque neste período), substituindo o médio Binho. Os sadinos conquistaram maior acutilância ofensiva, contando com a crescente contenção do P. Ferreira, mas a intranquilidade tolheu movimentos, impedindo a construção de um resultado positivo.