Macau «nunca quis ser um centro offshore ou um paraíso fiscal» disse esta segunda-feira o presidente da Autoridade Monetária de Macau, salientando que mesmo assim o território vai reforçar os métodos de controlo e cooperação internacional.

Falando à margem da conferência dos bancos centrais dos países de língua portuguesa, Anselmo Teng disse que o Executivo de Macau sempre definiu como política a seguir a cooperação com as organizações internacionais e que nunca foi defendido o objectivo de transformar a cidade num centro offshore ou paraíso fiscal.

No entanto, continuou, depois da Cimeira do G20, em que foi feito um apelo a uma maior transparência e a regras mais apertadas sobre o sistema financeiro, Macau vai adoptar as recomendações internacionais para melhorar o controlo da situação local.

Anselmo Teng acrescentou que a legislação tem as «provisões adequadas», mas torna-se necessário «melhorar as regras» para atingir o nível dos mais recentes desenvolvimentos internacionais.

A revisão dos procedimentos está na agenda da Autoridade Monetária de Macau, de facto a entidade reguladora do sistema financeiro local, e já foi alvo de discussões com a Associação de Bancos «directamente relacionadas com melhorias e adaptações às práticas internacionais», explicou.

No sábado, o secretário-geral da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Económico (OCDE), Angel Gurria, disse que Hong Kong e Macau ficaram fora da lista «negra» de paraísos fiscais por se terem comprometido a adoptar as normas de transparência.