A greve nacional da Função Pública arrancou, hoje à noite, em Évora, com a cidade a ficar sem recolha do lixo, depois de todos os funcionários daqueles serviços terem aderido à paralisação, disse à agência Lusa fonte sindical.

António Luís dos Santos, coordenador regional de Évora do Sindicato dos Trabalhadores da Administração Local (STAL) adiantou que aderiram a greve os cerca de 60 funcionários municipais que deviam ter iniciado a recolha do lixo às 2 0:00.

«A jornada de trabalho para a recolha nocturna do lixo decorre em Évora, diariamente, entre as 20:00 e as 03:00 do dia seguinte, serviço que, hoje, não se concretiza», disse.

O mesmo dirigente sindical avançou ainda à Lusa que a recolha do lixo também ficará por fazer em Montemor-o-Novo, Vendas Novas e Vila Viçosa, devido à adesão à greve de todos os funcionários municipais adstritos ao serviço.

A greve nacional da Função Pública foi marcada para quinta e sexta-feira pelas três estruturas sindicais do sector, devendo afectar, sobretudo, as áreas da saúde, educação e autarquias locais.

Os dirigentes sindicais da Frente Comum, Sindicato dos Quadros Técnicos do Estado (STE) e Frente Sindical da Administração Pública (FESAP) já se afirmaram convictos de que a greve nacional vai ter uma grande adesão.

Apesar de não ser uma greve conjunta, as três estruturas sindicais são unânimes nos motivos que levam à paralisação, nomeadamente a intransigência negocial do Governo, os aumentos salariais, a subida das contribuições para a ADSE, o prolongamento do congelamento das progressões nas carreiras, a lei da mobilidade e a revisão do sistema de vínculos, carreiras e remunerações.

Esta é a segunda greve da Função Pública convocada pelas três estruturas sindicais no período de quatro meses, depois da paralisação a 6 de Julho contra o novo regime de mobilidade dos funcionários públicos, entretanto aprovado na Assembleia da República.