Em Londres, o Porto vai encontrar o Chelsea mais frágil dos últimos anos. Mourinho não consegue encontrar o caminho das vitórias na Premier League e a instabilidade continua.

Vantagem para o FC Porto? Acredito que sim, apesar da qualidade individual e colectiva que o Chelsea tem - mas que tarda em demonstrar.

Aproveitar a intranquilidade que os «blues» vivem e colocá-los sob pressão é um dos desafios. Mas o FC Porto tambem tem os seus problemas. Vai para este jogo obrigado a decidi-lo a seu favor por culpa própria e Lopetegui tem de resolver esse problema.

Não estar nos oitavos de final é, a meu ver, uma derrota para técnico e jogadores depois do bom comportamento durante quatro jornadas. Nesta altura não há volta a dar: vencer é a obrigação sendo certo que os ouvidos vão estar atentos a tudo o que se passa em Kiev.

Mas, como refere sempre Lopetegui, o que importa é o que podem controlar - e isso tem apenas a ver com o seu jogo. Qual a estratégia, que abordagem vai ter a equipa? Lopetegui tem uma ideia de jogo definida e do qual não abdica.

Será assim desta vez? Repetir a chave do jogo da primeira volta no Dragão é a solução?

Dito, parece fácil mas o contexto de ambos hoje é outro - e a pressão existente também.

Será que vamos ter um Porto de risco desde o início?

Talvez não: consoante o desenrolar do jogo, as fichas vão sendo jogadas. Nunca se sabe qual o onze que o treinador espanhol tem na cabeça mas só um FC Porto de bom nivel passa em Stanford Bridge.

Vai ter André André o mesmo papel que tem assumido em alguns jogos e, em especial, nesse de boa memória contra os ingleses no Dragão? A ser assim, é dar corpo a uma maior consistência e solidez na zona do meio campo.

Ou teremos Corona e Brahimi nas alas dando mais liberdade e uma ideia de desequilíbrios e de jogo mais aberto? Para o treinador espanhol, por tudo o que aconteceu, provavelmente este será o seu maior desafio à frente da equipa. A obrigação de vencer não pode condicionar o desempenho e é isso que Lopetegui vai ter de transmitir aos seus jogadores.

As dificuldades foram criadas por todos, cabe-lhes responder de uma forma assertiva e positiva. Em Londres vive uma equipa insegura e com falta de confiança. Espera-se a equipa intermitente e instável da Liga Inglesa, mas nunca fiando.

Não há margem para o erro e esta é uma altura como outra qualquer para escrever uma página de sucesso. A história começa a ser escrita às 19h45 de 4ª feira.

Um dia depois, em Alvalade, 90 minutos separam o Sporting dos 1/16 de final da Liga Europa. Uma vitoria e já está. Fácil?

Claro que não mas, na minha opinião, a equipa podia estar já apurada se a abordagem a esta competição europeia fosse outra. Não foi, mas ainda é real a possibilidade de passar.

Para Jesus estar nesta situação aparenta ser um problema. Espero que não o seja para os jogadores. Veremos o discurso de antevisão e de fim de jogo.

O foco, como é sabido, está na Liga Portuguesa (e bem) mas isso não invalida que se ganhe na Europa.

Fruto do seu trabalho e desempenho, o Sporting é hoje uma equipa motivada e confiante. Apesar de o Besiktas ser uma boa equipa, está ao alcance de um bom Sporting.

Nesta altura falta ainda perceber o que vai fazer Jesus. Como será o onze a apresentar? Vai colocar muitos jogadores que não são habituais titulares ou vai fazer uma mescla, reduzindo o risco? Ou será que, pela primeira vez, coloca o onze habitual na Liga Europa?

Seja em que competição for, ganhar reforça a confiança da equipa. Chegados a esta altura, apesar das opções de Jesus até aqui, a meu ver discutíveis, ficar pelo caminho não é opção. Boa sorte a todas as equipas portuguesas!