Depois da experiência menos positiva no Tottenham, Pedro Mendes conseguiu afirmar-se no Portsmouth. Em resposta aos leitores do Maisfutebol, o médio fala dos momentos mais marcantes no novo clube, dos adeptos e do seu companheiro Manuel Fernandes.
Porque é que decidiu não avançar com uma queixa contra o Ben Tatcher (jogador do Manchester City) depois daquela brutal agressão? (M. Gomes, José)
- Acho que é uma situação que deve ser conduzida pela federação. Foi num jogo de futebol, foi dentro de campo, portanto não havia qualquer interesse em associar a polícia a este caso. A federação lidou bem com o caso e o próprio clube suspendeu de imediato o jogador. Foi uma boa acção por parte do clube, portanto não havia necessidade de meter a polícia neste caso.
Como classificas a prestação de Manuel Fernandes no Portsmouth? Achas que vai ficar? (Lito Santos, Miguel P., Marco Lopes)
- O Manuel tem vindo a melhorar e muito. Teve aquele momento em que esteve a recuperar da lesão, depois a ganhar ritmo de jogo, mas agora tem vindo a melhorar e bem. Agora já está perfeitamente integrado e adaptado ao Portsmouth e ao futebol inglês. Penso que tem valor para continuar.
O Portsmouth tem mística? (Jorge Miguel)
- (risos) Acho que não, não tem um daqueles jogadores velhos da casa que imponham uma tradição. Penso que o jogador que está aqui há mais tempo é o Gary O¿Neil e tem vinte e poucos anos, portanto não há aquele jogador da casa, com uma certa idade que dê o grito de guerra lá dentro.
Como é a massa associativa do Portsmouth? (Pedro Pinto)
- É muito barulhenta, apoiam-nos sempre do primeiro ao último minuto, mesmo quando as coisas não nos estão a correr muito bem, penso que isso é o mais importante, é quando mais precisamos do apoio deles. Quando estamos a perder, eles estão sempre a cantar e a apoiar, é uma massa associativa muito boa.
Com o investimento que tem sido feito, quais as hipóteses do Portsmouth chegar à Champions? E ombrear com o Chelsea e com o Manchester United? (José Poupino e Frederico José)
- Isso do investimento não é bem assim. Se repararmos bem, o Portsmouth está muito mais forte, mas os jogadores contratados não implicaram grandes somas. O Sol Campbell foi a custo zero, o Kanu foi a custo zero, o David James penso que foi um milhão, o Andy Cole também foi a custo zero. Há uma série de jogadores que vieram a custo zero. Houve um reforço grande da equipa, mas não foi feito um investimento tão forte como as pessoas à partida possam pensar. A equipa está muito mais forte, isso está, e se conseguirmos um lugar na Taça UEFA será muito bom. Agora lutar com o Manchester e com o Chelsea, penso que já é um bocado irreal.
Gostas mais de jogar com o Matthew Taylor como interior esquerdo (mais golos marcados) ou como lateral (menos golos sofridos)? (Carlos Figueiredo)
- (risos) O Taylor tem jogado a médio esquerdo e tem feito uns golos espectaculares, penso que está na sua melhor fase. A sua posição original era de lateral esquerdo. Para mim é igual. Ele como médio esquerdo também ajuda muito o lateral esquerdo, ajuda a defender o flanco, portanto a diferença não é assim tão grande.
O Kanu é mesmo um mago com ou sem bola? (Carlos Figueiredo)
- É um artista da bola, um grande jogador sem dúvida.
Como é trabalhar com Tony Adams (adjunto de Redknapp)? Tem futuro como treinador? (António Fraga)
- Penso que ele tem planos para começar a treinar uma equipa para o próximo ano. Tem sido importante na orientação da equipa e acho que, pela personalidade que tem, pode vir a ter grande sucesso.
Esta está a ser a sua melhor época de sempre? (Dinarte Abreu)
- Acho que não. Está a ser uma boa época, mas não a melhor de sempre. No meu primeiro ano em Inglaterra, até Janeiro, antes das coisas se começarem a complicar no Tottenham, também estava a fazer uma boa época. No F.C. Porto e no V. Guimarães também fiz muito boas épocas.