Cinco recordes nacionais e duas classificações entre os 20 primeiros nos «Jogos mais competitivos de sempre» deixaram a Federação Portuguesa de Natação (FPN) satisfeita com os resultados alcançados, apesar de reconhecer que ainda há muito trabalho pela frente. O dedo foi apontado apenas a Tiago Venâncio.
«Por sinal foi o único que não cumpriu o plano da FPN. Decorre das opções do nadador, da sua família e do seu treinador», considerou o presidente do organismo, Paulo Frischknecht, de acordo com a Lusa, em conferência de imprensa realizada este domingo.
O dirigente lembrou que há quatro anos o nadador português liderava o ranking mundial de juniores «e batia-se de igual para igual com César Cielo Filho, que em Pequim foi campeão olímpico dos 50 metros livres». O 35º lugar nos 200m livres e o 45º nos 100m devem ser objecto de reflexão para o Tiago Venâncio, no entender de Paulo Frischknecht.
«Em 2007 fez um Mundial muito bom, mas, depois, ele, a família e o treinador entenderam que conseguiu esses resultados apesar da Federação. Desde aí ficou livre de compromissos com a Federação e passou a preparar-se de forma individual. Foi o único atleta que não se apresentou em forma e um nadador a quem ele ganhava regularmente há quatro anos foi campeão olímpico. Deve reflectir sobre isso», defendeu.
Aplausos para Sara Oliveira e Diogo Carvalho
Já o 19º posto de Sara Oliveira nos 200m mariposa e, sobretudo, o 18º de Diogo Carvalho nos 200m estilos reflectem o trabalho positivo que tem sido feito, atendendo a que nas últimas décadas Portugal raramente alcançou lugares acima do 30º. «A subida em relação aos últimos 20 anos tem a ver com um maior investimento na participação da natação portuguesa», justificou.
Sobre o facto de alguns nadadores portugueses terem optado por estudar nos Estados Unidos para poderem evoluir em termos desportivos, Paulo Frischknecht disse tratarem-se de escolhas individuais, mas que «a Federação apoia».
«Portugal e outros 203 países procuram os Estados Unidos como opção académica, desportiva e de vida. E isso acontece porque os Estados Unidos são um país único», reiterou.