Gonçalo Lobo, advogado do Vitória de Guimarães, revelou esta terça-feira que Pimenta Machado pode vir a ser acusado devido ao «saco azul» do clube, que está a ser investigado pelo Ministério Público.
«Só em dívidas reclamadas pela Segurança Social estão em causa 400 mil euros», explicou Gonçalo Lobo, em declarações à agência Lusa.
O inquérito está relacionado também com suspeitas de fuga ao fisco de verbas de IRS de ex-jogadores do clube vimaranense, uma vez que os contratos não constavam na contabilidade, sendo alegadamente pagos pelo «saco azul». «Ainda se desconhece o montante total do IRS que os jogadores devem», acrescentou o jurista do clube recentemente promovido à primeira Liga.
Pimenta Machado está entretanto a a ser julgado por quatro crimes de peculato e falsificação de documentos e André Coelho Lima, antigo dirigente do Vitória de Guimarães, afirmou esta terça-feira no tribunal que as contratações e venda de jogadores eram da responsabilidade única do ex-presidente do clube vimaranense.
«As questões relacionadas com aquisições ou transferência de jogadores eram tratadas pelo presidente e só eram discutidas, a seguir e nem sempre em pormenor, em reunião de direcção», revelou o antigo dirigente do Vitória de Guimarães.
Pimenta Machado, que justificava esta prática com «receio de fugas para a comunicação social», está a ser julgado por quatro crimes de peculato e dois de falsificação de documentos. O processo envolve a apropriação de verbas nas transferências de Fernando Meira para o Benfica, de Pedro Barbosa e Pedro Martins para o Sporting e da aquisição de Alexandre e Riva.
Vale e Azevedo está a ser julgado conjuntamente com o antigo presidente vimaranense, e através do seu advogado, Pedro Alinho, negou retirado proveito da compra de Meira pelo Benfica, referindo que não falsificou nenhum documento. O antigo presidente do Benfica, que responde por dois de falsificação de documentos, foi dispensado das sessões até quinta-feira.