«Através deste protocolo, que será seguido por um acordo entre os dois governos, Portugal cria condições para vender à Venezuela produtos diversificados num montante até às importações de petróleo de empresas portuguesas», declarou o ministro da Economia e Inovação, Manuel Pinho, na cerimónia de assinatura do memorando de entendimento em Lisboa,segundo a agência «Lusa».
De acordo com Manuel Pinho, a Galp Energia estima que em 2008 as exportações de petróleo da Venezuela podem ultrapassar os 300 milhões de dólares (202,7 milhões de euros), quando o valor de exportações de Portugal para a Venezuela é actualmente de apenas cerca de 20 milhões de euros.
O objecto do acordo é assim «a prazo, equilibrar a balança comercial», entre os dois países.
Acordo «urgente e importante»
Segundo a agência «Lusa», o ministro explicou que «vai ser constituído em Lisboa um fundo com um montante até ao valor das compras de petróleo à Venezuela, que servirá para financiar as exportações para a Venezuela de empresas portuguesas, de acordo com uma lista previamente acordada».
Dentro de 15 dias os venezuelanos devem indicar os produtos que integrarão a lista, tendo já sido acordadas áreas prioritárias, como produtos alimentares, energias renováveis, construção e engenharia civil, medicamentos e construção naval, adiantou.
Da parte da Venezuela o memorando de entendimento foi assinado pelo ministro da Energia e do Petróleo, Rafael Ramirez, que fez escala em Lisboa no regresso a Caracas só para assinar o protocolo, o que, declarou, prova a «urgência e importância» que o governo venezuelano atribui ao acordo.
Sócrates em Caracas no mês de Abril
Rafael Ramirez disse que o passo seguinte é a criação das comissões mistas (com elementos dos dois países) encarregues da «identificação das áreas e volumes de intercâmbio».
O ministro venezuelano indicou ainda que o acordo formal entre os dois governos será assinado quando o primeiro-ministro português, José Sócrates, visitar Caracas, o que, segundo Manuel Pinho, deverá ser no princípio de Abril.
Trata-se «de um salto muito importante no nosso intercâmbio comercial», salientou Ramirez, referindo as boas relações entre os dois países e a «muito numerosa e importante» comunidade portuguesa na Venezuela.
Manuel Pinho explicou que o acordo foi decidido na sequência da visita a Portugal do presidente da Venezuela, Hugo Chavez, em Novembro.
Na altura, a Galp Energia e a Petróleos da Venezuela assinaram um acordo visando projectos conjuntos na área do gás natural liquefeito.
«Para o progresso da economia portuguesa é, mais do que nunca, extremamente importante aumentar e diversificar as exportações e alargar o número das nossas empresas exportadoras», assinalou Pinho.
Por outro lado, salientou, «o aumento do preço do petróleo exige uma aposta nas energias renováveis e uma diplomacia comercial cada vez mais activa».
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