O presidente da UEFA, Michel Platini, afirmou nesta quarta-feira que o futebol está a «ser destruído», devido aos elevados valores que os clubes europeus despendem em transferências.

O francês acredita que a única maneira de pôr um travão à atitude dispendiosa dos clubes europeus passa por recuperar a máxima de «não gastar mais do que se ganha».

«Em qualquer lugar em que o futebol seja regido por um liberalismo desenfreado, a sua saúde financeira está em risco», disse Platini ao Comité da União Europeia em Bruxelas. «Em muitos casos os clubes profissionais, propriedade de investidores privados, têm de pedir muitas vezes ajuda a entidades locais ou regionais para evitar a falência», constatou, ainda.

Platini defende um «fair-play» financeiro, que permita a estabilidade dos clubes de futebol e das competições europeias do desporto. O plano inclui obrigar os clubes cujo volume de negócios é superior a um certo limite, a equilibrar os seus livros e fornecer orientações sobre os salários e despesas de transferência, durante determinado período de tempo.

Se um clube tiver contas negativas e financeiramente não for estável durante um período superior a três anos, poderá ser excluído da Liga dos Campeões.

«Temos de sair de um sistema baseado na generosidade dos grandes patrocinadores, para entrar num sistema baseado em princípios, na ortodoxia financeira, em orçamentos equilibrados e auto-suficiência. Não se gasta mais do que se ganha», lembrou Platini.

«Os grandes clubes europeus têm entendido que o futebol profissional está à beira do abismo e agarraram a oportunidade que lhes foi oferecida para desenvolver um modelo financeiro mais viável», finalizou.