O PCP considerou hoje «pouco prestigiante» para o Estado o patrocínio à presidência portuguesa da União Europeia (UE) por marcas de automóveis, águas e espumantes e quer saber como foram escolhidas e com que critérios, noticia a Lusa.

Num requerimento apresentado ao Governo, o parlamentar comunista Honório Novo quer saber com que base legal o Governo decidiu aceitar patrocínios comerciais durante a presidência da União, de Junho a Dezembro de 2007 e como se procedeu à sua escolha - por concurso ou ajuste directo.

Para o deputado do PCP, a eventual poupança de dinheiro das despesas com a presidência podem não justificar o recurso aos patrocínios de «reuniões sob a égide» do Governo português durante os seis meses em que Portugal presidiu aos 27.

«Há, porventura, poupanças que não valem a pena», disse Honório Novo aos jornalistas no Parlamento. Para Honório Novo, «esta é uma questão política à qual o Governo tem que responder» dado que «o mínimo que se pode dizer (¿) é que desprestigia os órgãos de Estado».

«Fica ainda como elemento fundamental a esclarecer politicamente a suspeita de que terá havido alguma espécie de favoritismo entre o Governo e algumas empresas», lê-se na pergunta enviada pelo deputado ao Governo.

Sem nunca as identificar, o PCP lembra a marca que pôs automóveis de «luxuoso topo de gama» à disposição da presidência, a marca de águas de mesa «aparecia nas imagens televisivas de todas as reuniões ministeriais» e de um vinho espumante usado em «actos oficiais», como aconteceu na cimeira em que se chegou a acordo para o tratado reformador.