O presidente do Governo Regional, Alberto João Jardim, confessou esta segunda-feira existir uma semelhança entre ele e o primeiro-ministro José Sócrates que é o facto de se estarem «nas tintas para as iniciativas do PCP», noticia a Lusa.

Alberto João Jardim comentava, assim, o buzinão promovido pelo PCP-M contra a liberalização do transporte aéreo entre a Madeira e o continente, o aumento dos combustíveis e do custo de vida na região, que teve também o apoio do deputado do PND, José Manuel Coelho.

«Há uma coisa em que eu sou uma alma gémea do engenheiro Sócrates, acho que é a única coisa em que nós coincidimos, é que ambos nos estamos nas tintas para as iniciativas do PCP».

O governante madeirense classificou ainda o buzinão de «missa negra do padre Edgar (o deputado comunista foi sacerdote) e seus acólitos, apoiada pela comunicação social que normalmente dá apoio a iniciativas comunistas. De resto farto-me de rir», acrescentou.

Novo buzinão marcado para dia 17

Dezenas de automobilistas participaram no buzinão promovido pelo PCP-M, tendo o seu dirigente Edgar Silva anunciado que no dia 17 de Junho haverá outra iniciativa semelhante em paralelo com a manifestação nacional: «Nós não queremos ficar por aqui, este não é um acto isolado e, por isso, no próximo dia 17 de Junho vamos fazer mais um buzinão».

Edgar Silva lamentou a acção da Policia de Segurança Pública ao ter identificado dois automobilistas e criticou a «ineficácia» do governo regional ao ter permitido uma liberalização «desregrada» do transporte aéreo entre a Madeira e o Continente.

O deputado do PND-M, José Manuel Coelho, esteve presente no buzinão em «solidariedade com o PCP» em frente da presidência do governo regional, tendo justificado a sua presença por ser «uma acção política de grande envergadura e alcance político».

«O governo regional devia diminuir a sua parte de lucro nos combustíveis para ajudar os madeirenses porque esta é uma terra pobre e carenciada, mas o governo diz que não pode abdicar desta receita por causa das suas obras», declara. «O governo regional não defende os madeirenses como diz e é preciso alertar as consciências».