O PCP exigiu esta quinta-feira explicações ao Governo sobre a acção de elementos da GNR de Avis, Portalegre, que estiveram sexta-feira na Câmara Municipal para identificar os funcionários que iriam participar na manifestação nacional da CGTP, noticia a Lusa.

Em requerimento dirigido ao ministério da Administração Interna, o deputado do PCP António Filipe questionou o Governo sobre o teor das ordens que os elementos da GNR terão recebido para justificar a identificação dos funcionários.

Uma patrulha da GNR de Avis esteve no passado dia 2 nas instalações da câmara a «identificar» e «quantificar» os trabalhadores que iriam participar na Concentração Nacional de trabalhadores em Lisboa, promovida pela CGTP, uma acção que foi contestada pela autarquia.

À Lusa, o comandante do Destacamento Territorial de Ponte de Sôr, João Santos, confirmou a realização desta acção, mas justificou que ocorreu por «um lapso de interpretação da mensagem por parte dos militares , que tinham apenas como missão um trabalho interno».

O militar acrescentou, no entanto, que mal teve conhecimento do sucedido, mandou de «imediato parar a acção».

«Esta reacção por parte do responsável da GNR, se por um lado representa a admissão de que a acção levada a cabo por essa força de segurança foi completamente intolerável, por outro lado suscita a perplexidade de saber qual terá sido a «mensagem» que os militares interpretaram mal e qual foi afinal a «missão de carácter interno de que foram incumbidos», salientou o deputado António Filipe, no requerimento.

O deputado comunista perguntou quais «foram precisamente as ordens transmitidas aos elementos da GNR que se dirigiram aos trabalhadores e serviços da Câmara de Avis» e «de que missão foram efectivamente incumbidos e qual o seu objectivo».