Diogo Feio assinalou que o partido «é favorável à existência de um sistema de avaliação de professores», considera-o até «essencial», mas «não pode concordar com aquele (do governo), que é um mau método e um mau sistema».
«Basta ler o decreto regulamentar sobre a matéria, um monumento ao "eduquês" de impossível leitura, que, além do mais, determina como um dos critérios de avaliação dos professores as classificações que são dadas aos alunos», disse.
Para o CDS-PP, aquele é «um mau sinal» e «pode ser perigoso no sentido de algum facilitismo».
20 mil contra novo regime de gestão escolar
Educação: FNE quer ser ouvida
Por outro lado, «é incoerente com um governo que tem muita resistência à existência de provas de exames para os alunos», adiantou Diogo Feio.
«Queremos que a sr. ministra dê no Parlamento as explicações. É uma matéria muito importante que não pode manter a actual configuração», disse ainda o líder parlamentar dos centristas, precisando que o pedido para ouvir Maria de Lurdes Rodrigues na Assembleia da República será feito quinta-feira.
Escolas têm 20 dias
A contar desde 28 de Janeiro, as escolas têm 20 dias úteis para aprovarem os instrumentos de registo do processo de avaliação de desempenho, tendo os docentes mais dez dias para estabelecerem os seus objectivos individuais relativos aos anos escolares de 2007 a 2009.
Inicialmente, estes prazos deveriam contar a partir do momento em que o decreto que regulamenta a avaliação de desempenho foi publicado em Diário da República, a 10 de Janeiro, mas o Governo acabou por alterá-los, já que ainda não eram conhecidas as recomendações do Concelho Cientifico para a Avaliação dos Professores (CCAP).
«Há algumas escolas [a alertar que não conseguem cumprir prazos], mas são relativamente poucas no universo de mais de mil unidades de gestão», disse, em declarações à agência Lusa, Jorge Pedreira, salientando que «está a ser feita uma confusão injustificada com os cumprimentos dos prazos, porque as normas são claras».
«O que se pede às escolas é que em 20 dias preparem a avaliação, criando os instrumentos de registo, e nada mais», afirma Jorge Pedreira, realçando que só depois se pedirá, por exemplo, aos professores que proponham os seus objectivos.
As queixas
Entre as queixas das escolas, citadas pelo jornal, estão «limites curtos», «desajustes entre o exigido por lei e a realidade», «incomensurável carga burocrática que impede a reflexão» e «falta de publicação dos diplomas que regulamentam o decreto».
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