O secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, manifestou esta quinta-feira, em Coimbra, o seu apoio à greve geral marcada pela CGTP para 30 de Maio, considerando que os trabalhadores «têm profundas razões de queixa» do governo socialista, escreve a agência Lusa.

Para Jerónimo de Sousa, que falava aos jornalistas à margem de um debate comemorativo do 33º aniversário da «Revolução dos Cravos», organizado pela JCP de Coimbra, a actual «ofensiva» contra os trabalhadores, pela sua «dimensão, profundidade e diversidade, justifica uma forma de luta superior, designadamente o recurso à greve geral».

O secretário-geral do PCP criticou ainda o «ataque brutal contra os trabalhadores da administração pública» e aludiu à «ameaça latente» da «flexisegurança» para manifestar o seu apoio à paralisação.

«É mais uma contribuição convergente do Banco de Portugal para alimentar esta ideia da flexisegurança, ou seja, de encontrar nos trabalhadores portugueses a causa da nossa situação económica e social, quando sabemos que o modelo de baixos salários e do trabalho sem direitos nunca será futuro para um país desenvolvido», comentou.

Ao ser questionado sobre o facto de a UGT não ter aderido à paralisação de 30 de Maio, Jerónimo de Sousa disse ter a «profunda convicção de que muitos sindicatos não filiados na CGTP, tendo em conta a situação em que se encontram os seus filiados, acabarão também por dar a sua contribuição para a greve geral».

O debate, subordinado ao tema «O ideal comunista e a juventude na defesa de Abril», realizou-se esta tarde num auditório da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra.