O líder do PSD afirmou esta segunda-feira que a manifestação de dia 7, que inicia a Semana de Luta da Frente Comum, «marca o ponto de viragem irreversível na popularidade do Governo e na construção de uma mudança», escreve a Lusa.

Os sindicatos da Frente Comum iniciam a 7 de Março uma Semana de Luta, que culminará com uma greve e concentração no dia 14, contra o novo diploma dos vínculos, carreiras e remunerações.

A Semana de Luta inicia-se com um encontro nacional de dirigentes e delegados sindicais do pessoal não docente dos ensinos básico e secundário, em Lisboa, com desfile para o Ministério da Educação.

No dia seguinte (8 de Março) realiza-se a marcha de indignação dos professores.

«Face à situação de descontentamento na educação, à perseguição de professores, ao clima de medo instaurado e à situação caricata de identificação dos docentes que falaram à televisão, tenho a certeza que a manifestação será um ponto de viragem irreversível na popularidade do Governo e na construção de uma mudança», afirmou Luís Filipe Menezes.

Dos mais gravosos da europa

Questionado sobre o relatório da Comissão Europeia segundo o qual Portugal é um dos oito países da União UE onde se registam os níveis mais elevados de pobreza nas crianças, nomeadamente nas que vivem com adultos empregados, Menezes disse não estranhar estes números que são «dos mais gravosos da Europa».

Segundo o relatório conjunto sobre a protecção social e inclusão social, que deverá ser adoptado no dia 29 pelo Conselho de Ministros do Emprego e Segurança Social, em Portugal há mais de 20 por cento de crianças (uma em cada cinco) expostas ao risco de pobreza.

Portugueses pobres

Luís Filipe Menezes, que falava à margem de uma visita a uma empresa metalúrgica de Vila Nova de Gaia, lembrou, porém, que «quando se fala de crianças pobres não se trata apenas desse escalão etário, porque elas não vivem sozinhas».

«Se há crianças pobres é porque há portugueses pobres. Mas isso já sabíamos. Os recordes do primeiro-ministro não podem ser maquilhados: um crescimento económico abaixo da média europeia, as elevadas taxas de desemprego, em particular junto dos jovens licenciados e o país em pé de guerra», disse o presidente social-democrata.

Questionado sobre a situação na Polícia Judiciária do Porto, Menezes não quis comentar «uma questão tão melindrosa», afirmando apenas que ela reflecte a «turbulência que existe em variados sectores da vida política, incluindo a justiça».

«Se há professores crispados, se os médicos e enfermeiros estão desesperançados, por que razão os polícias e os técnicos judiciais não haveriam de estar também?», questionou.