O presidente da Junta Metropolitana do Porto, Rui Rio, afirmou à Lusa que houve «interferências» de membros do Governo na tentativa de eleição da nova administração da Metro do Porto para «politicamente fragilizar mais o ministro da Economia».
A assembleia-geral da Metro do Porto, agendada para esta sexta-feira com o objetivo de eleger os novos órgãos sociais, foi suspensa por 15 dias, devido à ausência do representante do Estado, mantendo-se Ricardo Fonseca na presidência.
Isto horas depois de a Junta Metropolitana do Porto ter aprovado o nome de João Velez de Carvalho, proposto pelo Governo, para a presidência do conselho de administração daquela empresa.
«Depois de adiar por diversas vezes a eleição da nova administração da empresa e de, finalmente, ter comunicado à Junta Metropolitana os nomes que pretendia nomear, faltar à reunião da Assembleia Geral, deixando todos os seus membros à espera durante três horas é algo incompreensível da parte do Governo», considera Rui Rio, numa resposta escrita à agência Lusa.
«Publicamente, tal responsabilidade será atribuída diretamente ao ministro da Economia, mas tenho a noção de que, neste dossier, houve interferências de outros membros do Governo numa nomeação que apenas deve dizer respeito a este ministro», sublinha Rui Rio.
Considerando «evidente» que Álvaro Santos Pereira «não geriu o assunto da melhor forma», Rio sublinhou ser para si «claro que houve quem, dentro do próprio Governo, tenha ajudado a provocar esta incompreensível situação na Metro do Porto para politicamente fragilizar mais o ministro da Economia».
«Perante a gravidade do que se passou, acho que é justo que isto seja dito», acrescentou.
Para o autarca, «o facto ainda é mais grave, porque o Governo sabia que, ao faltar, a empresa ficava sem administração».
A assembleia-geral, marcada para as 15:30, chegou a ser dada por iniciada, como explicou na ocasião aos jornalistas o presidente da mesa, Valentim Loureiro, mas foi decidido suspender os trabalhos de modo a que fossem continuados dentro de 15 dias, já com a presença de um elemento em representação do Governo.
Valentim Loureiro esclareceu, ainda, ter entregado ao conselho fiscal da empresa a gestão em termos administrativos, tendo a sua presidente, Fernanda Martins, solicitado ao conselho de administração cessante a continuidade durante os 15 dias de interregno, pedido que dois dos elementos presentes rejeitaram, apesar da aceitação do presidente Ricardo Fonseca e do administrador executivo Jorge Delgado.
A situação foi desbloqueada pela intervenção do secretário de Estado das Obras Públicas, Transportes e Comunicações, Sérgio Monteiro, que se comprometeu, segundo Valentim Loureiro, com a resolução do assunto "impreterivelmente" dentro de duas semanas.
Um dos pontos da ordem de trabalhos da assembleia-geral prevista para esta tarde era a eleição de novos órgãos sociais, adiada já por duas vezes desde março.
O atual conselho de administração, cujo mandato já terminou em dezembro de 2010, pediu a demissão em bloco em finais de maio, aquando da última assembleia-geral da empresa, com efeitos a partir do fim deste mês, por não terem sido nomeados os novos órgãos sociais.
Política
29 jun 2012, 22:01
Rio acusa «membros do Governo» de tentarem «fragilizar» Santos Pereira
Autarca diz que houve interferências na tentativa de eleição da nova administração da Metro do Porto
Autarca diz que houve interferências na tentativa de eleição da nova administração da Metro do Porto
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